segunda-feira, 30 de março de 2015

ROMANCE

Ele veio dos países nórdicos, bem ao Norte... 
Num dia bem frio de Inverno, foi desenraizado da sua terra, dos seus amigos e, no meio da neve, viajou para um país longínquo, bem mais quente, a Sul, com a promessa de vir alegrar as festas de alguma família.
Tão novinho que era!
Assim foi, cumpriu-se o destino e, durante um mês inteirinho, foi o centro das atenções. Vestiram-no de luzes e cores e a seus pés colocados os presentes mais variados.
As festas passaram e, contrariamente ao que esperava, depois do esplendor, não teve a morte anunciada que temia. Levaram-no de carro, mais uma vez de viagem, mas esta muito mais curta, até uma quinta. E deram-lhe um novo lar,  num relvado de um socalco com vistas para um vale, com uma montanha ao fundo e o mar lá longe...

Ela chegou dois anos mais tarde. 
Delicada e frágil na sua tenra idade, uma promessa de beldade futura, vinda também de longe, lá longe, da China...
Foi colocada a uma certa distância dele, ali ao lado, os dois crianças, de países e culturas bem diferentes.
Mas foram crescendo lado a lado, dias e anos em que aprenderam a conhecerem-se, a estimarem-se e se tornaram jovens.
E o amor nasceu.
A pouco e pouco ele estendeu os seus braços fortes para ela e começou a envolvê-la, protector. Ela tímida e rosada, encostou-se a ele... e assim nasceu o romance.
Pode passar desapercebido aos olhos mais distraídos mas, se olharmos com os olhos da alma, vemos bem que são felizes.
Nas noites de Primavera, se passarmos bem perto, ele com o viço dos seus rebentos verdes e ela florida no seu delicado quimono de flores liláses, podemos ouvir os sussurros de promessas de amor e um ligeiro perfume de pinheiro nórdico e magnólia no ar!


São as histórias de cada uma das minhas árvores, de cada pedra da nossa quinta que, entrançadas na nossa própria história, nos fazem criar laços com um lugar, nos enraízam e o fazem nosso.

domingo, 29 de março de 2015

MOINHOS DE VENTO

« Bem grande é o Alvão e não dá pão...»


“- A aventura nos vai guiando melhor as coisas do que pudéramos desejar; ali estão, amigo Sancho Pança, trinta desaforados gigantes, ou pouco mais, a quem penso combater e tirar-lhes, a todos, as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; será boa guerra, pois é grande serviço prestado a Deus o de extirpar tão má semente da face da terra.
- Que gigantes? - inquiriu Sancho Pança.
- Aqueles que vês ali, com grandes braços - respondeu-lhe o amo; - alguns há que os têm de quase duas léguas.
Com certeza não eram gigantes que o cavaleiro da triste figura mostrava ao seu fiel escudeiro Sancho Pança, eram moinhos de vento! (…)”.

D. Quixote de La Mancha, Miguel de Cervantes

sábado, 28 de março de 2015

SIMPLESMENTE BRANCAS

Como noivas brancas, lindas, perfumadas, as árvores do meu pomar são um consolo para os olhos!


sexta-feira, 27 de março de 2015

SOPA DE CEBOLA E COGUMELOS

Nada como uma boa sopinha, diferente das usuais, para aquecer o jantar de um dia frio e chuvoso como o de ontem.


SOPA DE CEBOLA E COGUMELOS

1 courgette gande
1 cenoura grande
2 cebolas
1 dente de alho
cogumelos frescos
croutons
água, azeite, sal e pimenta

Numa panela, deitei azeite, uma cebola, o dente de alho picado e deixei alourar sem queimar.
Juntei a courgette com casca, a cenoura aos cubos e deixei refogar um pouco. Temperei com sal, pimenta e juntei a água. 
Enquanto coze, levei uma cebola às rodelas com um pouco de azeite, numa frigideira, até caramelizar.
Juntei os cogumelos cortados em fatias grossas, deixei cozinhar mais um pouco e reservei.
Sem lavar a frigideira, tostei nos resíduos, uns cubos de pão de mistura até ficarem bem tostados.
Depois de cozidos os legumes, reduzi a puré com a varinha mágica, juntei a cebola e os cogumelos e servi com os croutons por cima. 
Maravilha!

quarta-feira, 18 de março de 2015

COLETE

Acabei, na semana passada, o meu colete feito com lã de alpaca, da « Bolas de Tons» e que ficou lindíssimo.
 Foi um prazer trabalhar com esta lã super macia e fofa. Em tons já primaveris, é, no entanto, bem quentinho para trazer por cima de uma blusa.


O ponto chevron que usei deu também um bonito efeito às riscas. 
Usei agulhas nº 3.
Montei um número de malhas divisível por 13 mais um ponto nas bordas e segui o seguinte esquema:

1ª carreira *1m, 1laç, 4 m, 2 p juntos em malha, 1 mate simples, 4 m, 1 laç *1m
2ª carreira e todas as pares em tricot .


domingo, 15 de março de 2015

FLOWER POWER

Quase todos os anos mostro aqui fotos da minha maior magnólia, cor-de-rosa.


Mas é muito difícil resistir à beleza e abundância destas delicadas flores.
Tenho um amigo que plantou uma há pouco tempo e que me diz orgulhoso « A minha magnólia já deu uma flor», ou cinco flores, ou por aí.
Eu olho para a minha e interrogo-me, quantas terá?


Pouco importa, alegra-me a vista, perfuma-me os dias e é um consolo sentar-me, simplesmente e sem pressa, a olhar para ela!


sábado, 14 de março de 2015

ANUNCIANDO A PRIMAVERA


Indiferente à crise, às catástrofes, aos acidentes, doença e miséria humana, a natureza renova o seu ciclo de vida  e floresce, por todo o lado, em cor e beleza, fazendo com que em nós renasça a esperança de dias melhores.

domingo, 1 de março de 2015

DESEJOS

Já que a chuva miudinha teima em cair há dois dias, que não se vê um palmo à frente da janela, com o nevoeiro cerrado e que o vento assobia nas arestas do prédio; nada melhor do que um lanche quentinho e saboroso para comer enrolada no sofá enquanto vejo um filme.
Apeteceu-me, assim, de repente, "french toasts" e um bom chá.
Não é um nome giro? French toast... mas basicamente são muito parecidas com as rabanadas que costumamos comer.
A receita fui buscá-la aqui e ficaram aprovadas por todos cá em casa.
Bom fim de semana de Inverno...