terça-feira, 27 de abril de 2010

MÃE

Dia 26 de Abril cá em casa é sempre dia de festa.
Faz anos a minha mãe.
76 este ano.
Claro que inverteu as velas no bolo, numa brincadeira bem dela porque, desde sempre, se aborrece solenemente por envelhecer.
A minha mãe mantém o espírito jovem. É empreendedora, actualizada, peocupada com a conjectura actual, devoradora de histórias e notícias, empenhada em modificar o mundo nem que para isso seja inconveniente. Luta pelo que acredita, mesmo que os outros não queiram, sem esmorecer ou desistir, mesmo que os outros não acreditem na verdade dela. É proactiva, palavra tão em moda nos dias de hoje!
É missionária urbana a bem ou a mal.
É uma optimista matutina que gosta de brincar, arrasta o meu pai pela sala num pé de dança inesperado, prega partidas, adora conversar. Mantém o contacto com todos e é um elo de ligação entre amigos e familiares porque, na correria dos nossos dias, tem tempo para se encontrar ou telefonar a todos.
Adora os filhos e os netos, preocupa-se com eles, dá conselhos, move o céu e a terra (literalmente) para os ver bem.
É a minha mãe...
PARABÉNS mamã, que faças muitos anos felizes !

domingo, 25 de abril de 2010

DOCE, DOCE QUE TE QUERO DOCE

O que é doce nunca amargou e é bem verdade.
Mais uma sobremeasa de colher, fresquinha, a chamar o tempo quente, mas suficientemente calórica para se comer ainda nesta época. Daqui a uns tempos, não há-de tardar muito, vamos querer os frescos e light! Agora, ainda queremos alguma coisa que nos console deste desalento geral...
Esta sobremesa é um cruzamento do doce da avó com o tiramisu, sem mascarpone!
É muito bom e rápido de fazer. Foi sucesso garantido junto dos homens cá da casa e o meu marido até nem é muito de doces!
A receita foi tirada de uma das últimas revistas de culinária, só com doces de leite condensado, que comprei na bomba de gasolina, mas que não sei no momento qual é.



DOCE FRESCO DE LEITE CONDENSADO

1 lata de leite condensado
4 ovos
300 ml de leite
1 c.s. de maizena
2 c.s. de açucar baunilhado
1 pacote de natas
8 palitos de champanhe
café q.b.

Numa caçarola, mistura-se o leite condensado com as gemas de ovo, o leite e uma colher de maizena.
Leva-se ao lume até engrossar, mexendo para não pegar.
Deita-se numa taça e deixa-se arrefecer.
Cobre-se com os palitos de champanhe embebidos em café.
Batem-se as claras em castelo com uma colher de açucar.
Batem-se as natas em chantilly com uma colher de açucar.
Envolvem se as natas nas claras com cuidado e deitam-se em cima do preparado anterior.
Polvilhei com chocolate em pó e canela.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

NOODLES

A Nigella e o James chamam-lhe "comfort food" e mais não é do que aquela comida que em certas alturas temos uma necessidade imperiosa de comer porque nos reconforta a alma e recompõe o corpo. Ao fim de um dia de trabalho, de uma reunião chata, de uma discussão, naqueles dias "não" em que tudo parece correr mal ou simplesmente porque sim, porque apetece.
Cada um tem as suas necessidades específicas e mesmo essas variam de dia para dia ou de hora.Pode ser uma bomba hipercalórica, uma comida da infância, um gelado ou um chocolate.
Eu dou comigo muitas vezes a ter necessidade de saladas variadas mas a massa resulta sempre muito bem.
Noodles! De todas as maneiras. sem receita certa, ao sabor do momento!


Salteio duas colheres de sementes de sésamo num pouco de azeite e quando começam a tostar e a saltar na frigideira junto cogumelos frescos laminados e deixo cozinhar.
Ponho os noodles (massa chinesa com ovos), a cozer num pouco de água com sal.
Depois de ferverem 3 a 5 min, junto os noodles aos cogumelos e tempero com uma colher de sopa de molho de ostra e outra de molho de soja.

Às vezes junto mais legumes e como-a simplesmente assim. Desta vez juntei carne picada estufada.Huuuuummmmm!Era deste conforto que precisava hoje!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

VAIDADE



Vejam quem se passeia pela minha quinta.Tenho um casal de faisões independentes e barulhentos.
Quem disse que todas as fêmeas são vaidosas?
Este é o macho, imponente, vaidoso, vestido de grande gala.
É um espectáculo de cores!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

DEZASSETE


Parece que foi ontem que nasceu o meu filhote, que andava atrás de mim a pedir colo e já passaram 17 anos!
Este fim de semana foi de festa aqui em casa e ainda bem que o sol e o calor animaram os nossos dias!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

TAPIOCA

Podia dizer que já não me lembro de comer tapioca mas não é verdade.

Lembro-me de ser pequena e comê-la, poucas vezes é certo, feita pela minha avó materna. Eu ficava meia desconfiada a olhar para aqueles grãos translúcidos, que me pareciam olhos de peixe, mas que acabava por comer seduzida pelo doce e pela canela.

Talvez por isso quando andava às compras naquele supermercado espanhol que conhecemos, na secção dos produtos japoneses, não resisti ao pacotinho do que pareciam ser bolinhas de esferovite pequenas e trouxe o pacote para casa.

Não é ser dondoca, não. Eu sei que há tapioca à venda em qualquer supermercado, mas em embalagens de cartão onde não se vê o produto Os olhos também comem. Esta vinha num pacote de celofane, com umas lindas letras japonesas pintadas, as bolinhas ali a saltarem...! Pronto está bem, comprei e já está.

Ora vim para casa e resolvi matar saudades. Nunca tinha feito mas seguindo as instruções do pacote, mais umas invenções minhas, o resultado foi bem bom.



TAPIOCA

2 a 3 c. s. de tapioca por pessoa
1 lata de leite de coco
açucar mascavado a gosto
água
canela

Coloquei a tapioca de molho, no dobro de volumede água, durante uma hora (reduz o tempo de cozedura). Levei ao lume a cozer na água que sobrou e juntei-lhe a lata de leite de coco e o açucar. Em lume brando fui mexendo para não pegar. Como gosto das coisas cremosas e não secas juntei-lhe um pouco de leite normal. Deixei que ficasse translúcido por igual.
Deitei numa travessa e polvilhei com canela. Ficou excelente.

domingo, 4 de abril de 2010

PÁSCOA

Aqui está o folar da Páscoa, típico de Trás-os-Montes.

Na verdade eu ainda tive o privilégio de assistir a vários rituais tradicionais que hoje já não existem, quando era pequena e ia de férias para a aldeia.

As mulheres da aldeia juntavam-se em grupos de duas ou três para amassarem e cozerem o pão e os folares da Páscoa no forno comunitário, ou nos vários privados que os mais abastados possuiam.
Eu era muito pequena e ficava impressionada com todos os passos daquela imensa dança que era fazer a massa. Invariavelmente mandavam-me estar quieta ou fechar a porta para a massa não se "constipar", fazer pequenas tarefas como derreter o sal na água, ir buscar isto ou aquilo. Para uma criança da cidade habituada a que a padeira deixasse o pão à porta estes rituais soavam-me a alquimia.

Quando as fogaças já estavam prontas e eram metidas no forno, marcavam-se com pauzinhos ou buracos na massa, para saber o que era de quem, puxavam-se as brasas para a entrada e tapava-se o forno. Em seguida rezava-se uma salvé-rainha para que a fornada saísse bem cozida e saborosa. Sim, que nestas tarefas mais vale invocar a protecção divina, não vá o diabo tecê-las.

Com os folares era a mesma coisa com a diferença da quantidade de azeite e manteiga derretida que se juntava à massa e as dúzias de ovos ( caseiros) que levava. Depois eram as carnes de chouriço, salpicão e presunto que se tinham reservado do fumeiro, feito na matança do porco, no Inverno.

A grande chatisse é que os folares, lá em casa, eram feitos sempre na sexta-feira santa e não se podia comer carne. Era só salivar quando as formas com os folares começavam a ser trazidos do forno para casa. Felizmente a minha avó era previdente e fazia sempre um folar sem carne para podermos provar. Sábado começava a desforra com folar logo ao pequeno almoço.

Este folar não foi feito com ovos caseiros, as carnes foram compradas, não acendi o forno de lenha, embora tenha um na minha cozinha, não o amassei à mão nem segui todas aquelas voltinhas mas ficou muito bom e deu para satisfazer o gosto de ter e comer um folar da Páscoa como os da minha infância.



FOLAR

1kg de farinha
8 ovos inteiros
60 grde fermento de padeiro
3 dl de azeite
2dl de margarina derretida
1 c.chá de sal
carnes fumadas variadas cortadas

Desfaz-se o fermento em pouca água morna. Junta-se metade da farinha, mistura.se e vai-se juntando os ovos um a um. Acrescenta-se o azeite com a margarina derretida e morna, a restante farinha e o sal. Amassa-se tudo e a massa deve ficar mole, se for necessário deve juntar-se um pouco de água ou leite.
Deixa-se levedar 2 horas em lugar aquecido. Divide-se a massa em três partes e forra-se uma forma untada com uma camada espalham-se bem as carnes, alterna-se com massa e carne até terminar com massa. Vai ao forno médio a assar até estar bem cozida.
Em alternativa usa-se a MFP colocando primeiro todos os líquidos e depois os sólidos. Depois seguem-se os passos descritos.

Agora vou esperar o "Compasso" que está aqui a chegar, não tarda nada. Embora esteja no Minho também por aqui ainda se mantém esta tradição da visita da Cruz do Senhor, às casas católicas. BOA PÁSCOA.