domingo, 24 de maio de 2015

FAVAS

A quinta está em plena produção de favas e ervilhas de quebrar, por isso  há que as aproveitar e cozinhar de todas as maneiras.
Porque não seguir as sugestões dos grandes mestres? Não, não me refiro aos chefes de cozinha mas aos nossos escritores...


"E já espreitava a porta, esperando a portadora dos piteus, a rija moça de peitos trementes, que emfim surgiu, mais esbrazeada, abalando o sobrado―e pousou sobre a mesa uma travessa a trasbordar de arroz com favas.
 Que desconsolo! Jacintho, em Paris, sempre abominára favas!... Tentou todavia uma garfada timida―e de novo aquelles seus olhos, que o pessimismo ennovoára, luziram, procurando os meus. Outra larga garfada, concentrada, com uma lentidão de frade que se regala. Depois um brado: ―Optimo!... Ah, d'estas favas, sim! Oh que fava! Que delicia! 
E por esta santa gula louvava a serra, a arte perfeita das mulheres palreiras que em baixo remexiam as panellas, o Melchior que presidia ao brodio... 
―D'este arroz com fava nem em Paris, Melchior amigo! 
O homem optimo sorria, inteiramente desannuviado: 
―Pois é cá a comidinha dos moços da quinta! E cada pratada, que até suas Incellencias se riam... Mas agora, aqui, o Snr. D. Jacintho, tambem vae engordar e enrijar!"

Eça de Queirós, A cidade e as Serras, Lello & Irmão editores. 1901

terça-feira, 12 de maio de 2015

CONFRARIAS

Não há nada como uma visita cultural como pretexto para um bom almoço e um bom convívio.

Mosteiro de Pombeiro, pertencente à zona cultural norte, uma joía maltratada que começa agora a ser reconstruída e recuperada, situando-se na Rota do Romântico do Vale do Sousa.
Datado de 1059, foi sofrendo ao longo do tempo melhoramentos e acrescentos, sendo bem visível a época em que cada uma se deu. Pertencente à ordem dos Beneditinos, conheceu o seu fim aquando da extinção das ordens religiosas em Portugal em 1834. Foi declarado monumento nacional em 1910.





Depois, um bom cabrito assado com batatinha nova assada, arroz de forno e esparregado, para retemperar as forças. De sobremesa, dispensei os doces porque me consolei com umas belíssimas cerejas de Resende, sumarentas e saborosas, as primeiras da época. Mas disto tudo não há fotos...

sexta-feira, 8 de maio de 2015

FAIR ISLE

Acabei o colete de lã que tricotei com os novelos Vitória, da Ovelha Negra. Ainda me falta comprar os botões e colocá-los mas não resisto a mostrar já o trabalho feito.


Usei lã de quatro cores: 03, um castanho pardo; 04, um cinza azulado e um marfim, de lã 100% portuguesa, Vitória ( estas cores cheiram mesmo a ovelha, ainda tenho que o lavar com shampoo para amaciar a lã e fazer desaparecer o cheiro), o castanho mais escuro é Phoebus, do Lopo Xavier.


O esquema de fair isle que usei foi este aqui, muito simples mas que dá um bom efeito, encontrei-o no Pinterest. Claro que como é costume vou fazendo as minhas alterações.

 O resultado agradou-,me bastante, a lã trabalha-se bem e avança rapidamente. Agradou-me tanto que já estou a fazer um casaco de Vitória 017, um verde bandeira muito chamativo. Vamos ver como fica.