Há pessoas que pagam para ir às vindimas, ver, trabalhar e respirar o ar de uma quinta nesta altura do ano.
Eu, felizmente, não preciso disso porque tenho vindimas a fazer, tenho o clima da época lá em casa, na quinta, para viver.
Claro que conto sempre com a presença dos amigos para me ajudarem na apanha das uvas ou, para quem não gosta dessa actividade, apenas para conversar e fazer a festa.
Às 8h da manhã começou a vindima e os mais corajosos e amantes da natureza, lá foram para o campo, de tesoura ou navalhinha. Outros mais preguiçosos (como eu), ficaram na caminha.
Ao lagar chegavam "paletes" e "resmas" de uvas
Ao final da tarde estava tudo terminado, uvas esmagadas e a fermentar, outras prensadas. Depois de cestos lavados, que agora são de plástico, e porque até ao lavar dos cestos é vindima, de banhos tomados para retirar a tinta e o pó, continuou a festa.
Não há palavras para descrever a animação, a risota pegada, as gargalhadas que durante toda a noite se fizeram ouvir de volta de uma mesa bem recheada e bem regada. Já não me ria e divertia tanto há um bom par de anos!
E no domingo a festa continuou.
Não há nada melhor do que a sensação do dever cumprido, do trabalho feito, o corpo cansado mas o espírito feliz e, à volta, amigos de sempre, destas e doutras andanças, num convívio são.
Saí deste fim de semana com a alma lavada e foi com pesar e muitas promessas de reencontro que nos despedimos todos. " Hasta la vista e muy pronto" !