Neuchâtel é daquelas cidades que nos surpreende.
Pequena,antiquíssima, de traçado difícil, ruas estreitinhas que sobem e descem ao ponto de terem degraus de lado (penso que por causa da neve), com passagens escondidas dumas para as outras, praças abertas sobre o lago, o porto, a zona de banhos.
A dominar tudo o castelo velho e o novo, daí o nome...
O interessante é que por toda a Suiça, tropeçamos com relógios em cada fachada, em cada esquina, uns antigos de mecanismos complicados, com som, bonecos e danças, outros, na maior parte das vezes modernos.
Escorrem das paredes o tempo, as horas e os minutos... penso que será a democratização de "Horas para todos". Ou, conhecendo o povo trabalhador que são, tanto relógio será uma tentativa de dizer que "Tempo é dinheiro" ou de gritar às nossas consciências que " Tempus fugit".
E no entanto, apesar de todo o rigor e precisão com que medem o tempo, apesar da fama e renome de todas as marcas de fabricantes de relógios suiços, nunca o tempo me rendeu tanto, em lugar nenhum do mundo por onde viajei, como na Suiça.
Óh, abençoado tempo! Vamos aqui, ali acolá e são 14h; passeamos, sentamo-nos a tomar café e são ainda as 15h; vamos ver montras, às compras e mais não sei o quê e ainda não passa das 16h30...! É o meu sonho tornado realidade.
Será que se eu comprar um "Crazy hours" ou " Color dreams" do Franck Muller os meus dias, aqui, duram tanto como lá?