sábado, 11 de maio de 2013

RIOS DE ÁGUA

Hoje só me vinham à memória as palavras da Marguerite Duras, quando num dos seus romances,  O Amante, descreve os dias de infância passados no Mécongue e se lavava a casa com sabão amarelo e baldadas de água, de janelas e portas abertas, com ela, os móveis e o piano da mãe de pés mergulhados na água que escorria para a rua. 
Tenho uma imagem fortíssima da descrição desta cena e até consigo, tal como ela, sentir, o cheiro a lavado que emanava de tudo.
Pois é, hoje cá na quinta, a Cecília e a Margarida lavaram à mangueirada tudo o que lhes passou pela frente: carpetes, janelas e gelosias, pátios e portas, cozinha, quartos e piscina. 
De pés descalços, o riso fácil, com sol a bailar por entre todas, o merujar do vento nos eucaliptos do monte em frente, os rios de água a cantarem pelas escadas de granito, tornaram o trabalho numa festa.
Não usaram sabão amarelo porque não havia, mas tudo escorria água e cheirava a lavado.
O sol ajudou a que tudo secasse depressa e a que soubesse bem andar na água.
Há dias cheirosos e limpos, assim!

Até o Porto venceu o Benfica, limpinho!

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