segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A RAPARIGA QUE SONHAVA COM UMA LATA DE GASOLINA E UM FÓSFORO

Despachei literalmente de uma assentada o 2º volume do Stieg Larsson, 611 páginas, « A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo». Passei o dia enfiada no sofá da sala e só me levantei para dar cumprimento às funções mais primárias e inadiáveis. Não me lembro de melhor maneira de passar o meu último dia de férias.


O livro é simplesmente fabuloso em termos de capacidade de reter toda a nossa atenção, de nos prender e compulsivamente querermos saber sempre mais. Eu até nem sou fã de policiais mas estou rendida completamente ao estilo de Larsson..
Desta vez a acção gira toda à volta de Lisbeth Salander que depois de umas merecidas férias de um ano, regressa à Suécia e, com os inesperados milhões de coroas que tem na sua conta bancária resolve mudar de casa, de vida e de emprego. Quando está finalmente instalada começa a fazer uma ronda pelos seus antigos conhecidos, começa a descobrir as actividades em que cada um anda envolvido e isso começa a despertar o seu interesse. Inesperadamente, vê-se acusada do assassínio de um casal, ela, Mia Johansson, criminalogista e ele Dag Svensson, jornalista que investigavam uma rede de trafico de mulheres de leste e o negócio da prostituição, a que se junta mais tarde uma terceira vítima, o advogado seu tutor.
Os dados estão lançados, uns vêem-se envolvidos involuntariamente na história, outros poucos, que gostando de Lisbeth se colocam do seu lado e procuram a verdade e ainda uma quantidade de polícias que levam a cabo as investigações, todos procuram frenéticamente Lisbeth que, misteriosamente, sumiu sem deixar rasto. Aparentemente ninguém sabe porque é que ela terá matado os três e que ligações haverá entre eles que justifiquem as suas mortes. Mikael Blomkvist acredita que o assassínio está relacionado com o livro de Dag, que a Millenium ia editar interligada à tese de doutoramento de Mia. A polícia obstinadamente segue outra pista. Armanskij, antigo patrão de Lisbeth entra na corrida, com uma investigação paralela à da polícia. As televisões e jornais anunciam o nome e rosto de Lisbeth, explorando com foros de sensionalismo, pormenores da sua vida que vão sendo apurados nas investigações e há quase uma condenação pública nos midia, de que ela é a criminosa...
Uma rede de intrigas jornalísticas, três investigações sobre o mistério dos assassinatos, peripécias atrás de peripécias vão-nos desvendando que há mais em jogo dos que aquilo que sabemos. As peças de uns e de outros começam a completarem-se como um puzzle.

De repente descobrimos e acompanhamos Lisbeth Salander sem que nenhum dos outros saiba dela e do que faz. Torcemos e simpatizamos com esta mulher miuda , lutadora e solitária. Desejamos que vença quando finalmente compreendemos toda a verdadeira dimensão da infelicidade da sua vida e compreendemos finalmente o drama que lhe ensombrou toda a adolescência. Percebemos o porquê” do seu ódio aos homens que odeiam as mulheres” e torcemos para que os outros também descubram isso.

O livro acaba com a demanda solitária de Lisbeth, na tentativa de resgatar o seu passado vingando-se do culpado de toda a sua vida e também, indirectamente, culpado dessas mortes. O seu mais fiel defensor e amigo Mikael Blomkvist que lhe adivinha os passos, segue-a e tenta salvá-la caso haja um fracasso.
Não revelo mais nada do argumento porque seria estragar o prazer da leitura. Aliás este volume fica com a acção em aberto e temos que ler o terceiro para descobrir o que se vai passar a seguir. Como vêem o suspense continua ...Acho que vou a correr começar o 3º volume que está ali pousado a chamar insistentemente por mim!

4 comentários:

ameixa seca disse...

Acho que eu e essa miúda devemos ter o mesmo trauma de odiar os homens que odeiam as mulheres he he
Vou publicar na Academia :)

Noémia disse...

Olha que há certas descrições dela que me fazem lembrar de ti! :)

Raspas de Laranja disse...

Olá rapariga, as férias foram boas? Tenho andado fugida, mas agora vai ser para valer.
Deve ser mesmo interessante esse livro, para te prender dessa maneira. Fica bem. Bjs

Isabel disse...

Fiquei com vontade de ler. Já ando com saudades de ler um bom policial, daqueles que prendem do princípio ao fim. Este parece ser um deles :)
Bjs