Antigamente ficava sempre melancólica na passagem do ano e mesmo no meio da festa mais animada rodeada de montes de pessoas sentia-me sempre muito só, quando soavam as badaladas. Propunha-me a mudar uma data de coisas na minha vida, fazia uma montanha de bons propósitos, elaborava mentalmente um rol de itens a ter em vista e prometia solenemente a mim mesma que aquele ano iria ser bem diferente e melhor do que o anterior.
Tudo vão. As promessas esquecia-as rapidamente, os bons propósitos iam às "urtigas" logo nos primeiros dias do ano e a vida decorria sem nunca mais me lembrar de nada até ao bater das badaladas do ano seguinte. Doce juventude!
Hoje, e de há uma data de anos para cá, faço a transição do ano sem sobressaltos nem angústias, nem solidão nem promessas e sem grandes euforias também.