terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FESTAS

Hoje é o último dia do ano e não podia deixar de escrever aqui alguma coisa...
Não coisas agradáveis, nem muito alegres, nem planos de mudança ou promessas de melhoria, nem desejos de nada.
O ano passado, por esta altura, teve a minha mãe um AVC, saiu do hospital a tempo de vir passar o Natal a casa. Se as festas não foram o auge da felicidade, foram pelo menos em união e com o coração já descontraído.
Este ano, o meu pai teve uma trombose na segunda feira da semana passada e na terça feira, véspera de Natal, um AVC.
Passei esta semana toda com o coração negro, apertadinho, com um pedregulho cá dentro do tamanho e peso do mundo. Prostrada diante do meu menino Jesus, em oração, com uma vela acesa que espantosamente ardeu, sem parar, três dias.
E o Menino Jesus fez o milagre...
Do diagnóstico tão negro e reservado do primeiro dia, passou-se a um mais favorável, dois dias depois os TACs começaram a mostrar que podia haver melhorias. 
O perigo ainda existe, o meu pai ainda está na unidade, está paralisado do lado esquerdo, não sei como vai ficar, se ficar...
Dizem-me todos "ai coitada, que festas", " olha que andas com um azar, tudo te acontece"...

E eu não consigo explicar-lhes o inexplicável. 
Que vivi um Natal em profunda comunhão com Deus.
Que depois do medo e da dor inicial da perda, me entreguei completamente nas Suas mãos e aceitei a Sua vontade, como um desígnio que me escapava. Mas aceitei.
Que a partir daí, senti que Ele aligeirava a minha carga, a minha dor.
Senti que estava comigo mas, sobretudo, que estava com o meu pai.

Este não é o sítio para este tipo de partilhas, um vulgar e banal blogue de receitas e trapinhos...
Quem vem lê-lo de fugida ou distraído pode julgar, de ânimo leve, que se trata de uma pieguice minha, uma fragilidade devido à emoção do momento.
No entanto, tinha que dar, aqui, testemunho da minha vivência deste Natal e uma acção de graças a Deus por tudo o que me tem dado.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

CHILAS

O meu marido, este ano, semeou chilas e, ao contrário de outras vezes, tive uma grande produção. 
Até deu para dar aos amigos que mas pediram. 
Eu andava a arranjar vontade para fazer o doce, lá arranjei coragem e atirei com força uma ao chão para a partir bem. 
Como é sabido não convém utilizar nada de metal até o doce estar pronto. 
Em seguida tirei a "tripa" mais escura, que vai de cima a baixo, e que se não for tirada dá mau sabor (a sardinha), coloquei todos os pedaços virados com a casca para cima, em água fria e pus ao luar toda a noite. 
No dia seguinte levei-a a cozer numa panela coberta de água. Depois de cozida, escorri-a bem.


Depois, foi só retirar o resto das pevides e a casca, com a mão, desfiar bem todos os fios da chila e pesá-los.
Levei ao lume uma panela com os fios de chila, igual peso de açúcar  mentira retirei 200gr ao peso devido e um pau de canela. 
Deixei cozinhar bem até sumir toda a água e ficarem os fios quase secos. Está óptimo!


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

HOT

Para aquecer o inverno e as outras estações também, dediquei-me a fazer este molho que não sei bem como saberá pois foi feito ao sabor da fantasia.
Daqui a umas semanas quando estiver bem macerado e apurado vos direi do resultado.

Peguei nas minhas malaguetas, que a D.ª Maria arrancou da horta e atirou para cima de um muro, como se não prestassem para nada e depois de bem lavadas piquei 12 muito fininhas.
Raspei 5 cm de gengibre, piquei dois dentes de alho e meti tudo num frasco. Juntei-lhe dois raminhos de tomilho seco, uma folha de loureiro, enchi com metade de whisky e metade de azeite...
Aguardo com expectativa o resultado!


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

VEADO COM PURÉ

Na verdade eu devia colocar um título mais gourmet e tão em moda  como...sei lá..." veado marinado com redução de vinho tinto em cama de puré de batata doce, cenoura e curgete".
Ficava melhor com a fotografia e traduzia bem o sabor espectacular com que ficou a refeição. Só que era grande demais para caber lá em cima!


O que é certo é que peguei num quilo e meio de veado aos pedaços, congelado e coloquei-o a marinar numa mistura de vinho tinto com salva, rosmaninho, tomilho, grãos de pimenta preta inteiros e sal. Basta ficar assim 2 horas mas pode deixá-lo no frigorífico de um dia para o outro.
Numa panela coloquei azeite, cebola picada, alho e refoguei até ficar translúcido, juntei o veado escorrido e deixei tostar de um lado e de outro. Adicionei o líquido da marinada, tapei e deixei estufar até o veado ficar bem tenro.

Para o puré cozi 6 batatas, 3 batatas doces, 2 cenouras grandes e uma curgete. Escorri, com um esmagador desfiz tudo grosseiramente e voltou ao lume, juntei duas colheres de manteiga e 100ml de natas. Misturei tudo, rectifiquei os temperos e deixei cozinhar um pouco.

Ficou simplesmente delicioso!


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ON / OFF

Continuo com os meus arranjos natalícios cá para casa e lá para a quinta.
Aliás, como tenho muito mais matéria prima lá do que cá: folhas variadas,pinhas, ramos, heras, etc, é na quinta que os faço e depois, os que são para o Porto, trago-os.

                                                                              OFF

Gosto particularmente deste, que acho que ficou muito giro e que vai dar para todo o Inverno, já que não inclui nenhum elemento de natal. Ficou lá, na sala e não me canso de olhar para ele.

Até já comprei mais dois passarinhos porque os ramos são enormes.
O ninho é natural e apanhei-o de um pinheiro em frente à casa, depois dos pássaros terem lá criado os filhotes.
Quem guarda sempre tem...

                                                                               ON

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

SOPA DE FRUTA

Vi uma receita neste género mas só com frutos vermelhos neste livro


Como não tinha frutos vermelhos a não ser as minhas framboesas congeladas, misturei-as com pêra cortada aos cubos, banana às rodelas, polvilhei-as com canela e em cima, deitei uma mistura de 200gr de chocolate branco derretido com 100gr de natas, no microondas. Fiz em taças individuais.
Posso dizer-vos, é delicioso, super fácil e rápido de fazer. Uma boa sobremesa para quando temos que fazer alguma coisa de improviso!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O BACALHAU DO ZÉ

Entre as batatas douradas e o bacalhau à Brás, este bacalhau feito pelo Zé, para o almoço de domingo, estava 5 estrelas.


Batatinhas fritas, da quinta,bacalhau desfeito e demolhado meia hora antes de cozinhar. Numa frigideira com azeite salteá-lo, juntar cebola à rodela com o bacalhau, só até ficar translúcida, misturar as batatas já fritas e por fim ovos caseiros,neste caso das minhas galinhas. Salpica-se com salsa e azeitonas, tudo bem temperado com sal, pimenta e um pouco de colorau.
Bem acompanhado com loureiro fresco e uma amena cavaqueira, a lembrar as coisas simples da vida.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

PASTEIS DE CHILA

Estes são uns pastelinhos de massa folhada e doce de chila muito simples de fazer e muito saborosos. Simples de fazer se já tivermos o doce de chila feito, claro, porque senão a coisa é mais complicada e demorada.
E por falar nisso, tenho uma data de chilas, alinhadas na pedra da lareira da cozinha, à espera que eu tenha tempo e vontade para fazer doce. Vamos ver quando será...


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

MEMÓRIAS E SABONETES

Caixeiro viajante - Empregado comercial que anda de terra em terra com o mostruário da casa que representa.

Havia um caixeiro viajante que, de tempos em tempos, segundo as viagens que fazia, ficava hospedado em casa da Julinha e da Lailai, minhas vizinhas do andar de cima, há muitos, muitos anos.
Eram duas senhoras solteiras, de Padronelo, que faziam um dinheirinho extra alugando quartos a pessoas de bem.

O Sr. Artur era dessas pessoas. Respeitoso e sério, talvez até um pouco tímido.

Eu, a "menina" do andar de baixo, devia ter 5 a 6 anos e era a única criança das redondezas, que saltaricava na casa de uns e de outros, pelos vários andares, como se fosse da família de todos.

Nestas minhas andanças, o Sr. Artur não escapou, conversava comigo condescendente e soube-me adoçar a infância, inventando-me um nome de princesa - Bohémia Patty - com que se me dirigia sempre. Contava as suas viagens como quem conta um conto de fadas e perguntava-me pelos meus dias, na sua ausência, obrigando-me a inventar aventuras à altura das suas histórias.

Antes de partir por outra temporada oferecia-me sempre um sabonetinho pequenino da Ach. Brito, provavelmente das suas amostras, conseguindo com tudo isto deixar-me uma boa recordação que, apesar de tantos anos volvidos, e estando já todos mortos, me perdura na memória. 

Talvez esta história explique a minha paixão por sabonetes e os seus perfumes, ou talvez não.
O que é certo é que adoro ir à fábrica dos sabonetes e apetece-me trazer todos.


Vou muitas vezes à Ach.Brito, hoje remodelada e fabricando uns sabonetes fabulosos, com umas embalagens vintage, recuperadas e reinventadas com que os sabonetes são embrulhados manualmente, fazendo com que cada um seja uma verdadeira jóia e dos melhores do mundo.


Depois, fico a zanzar por ali, tempos infinitos, a pegar neste e naquele, a cheirar e a deliciar-me.



Sem saber muito bem qual hei-de comprar e com vontade de os trazer todos.


Desta vez, por fim, decidi-me por esta caixa com sabonetinhos pequenos, um verdadeiro cofre com jóias, que, individual ou colectivamente, me tornam numa melhor pessoa de cada vez que os cheiro e acaricio.
É pena não conseguir colocar aqui o perfume...

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

PUPPY

Este é o mais pequeno, lá da quinta. 
Foi descoberto pela minha filha que andou no meio de silvas e traves para o atrair para fora da toca onde a Mimosa, sua mãe, o tinha muito escondido.
Passado o susto inicial, gostou dos rounds de ternura que cada um de nós lhe deu, adorou que lhe coçássemos as orelhas e até adormeceu na carpete aos nossos pés
Vai ser um latagão, a avaliar pelas patas enormes, e de pelo comprido talvez encaracolado.
Fofinho!