terça-feira, 30 de setembro de 2008

DIOSPIRO


Como é que eu vou explicar aos meus diospireiros que Setembro ainda não é o mês dos diospiros?

É que não se trata de um ou dois diospiros para amostra, são duas bandejas cheias deles, absolutamente maduros! E os das árvores estão prontinhos a comer não tarda nada...

Será que é bom doce de diospiro? E bolo de diospiro? Há pudim de diospiro?

Diospyros kaki L. (D. Sinensis Bl.) - Espécie originária da China e do Japão, foi introduzida na Europa em 1796, por William Roxburgh, botânico inglês responsável pelo jardim botânico de Calcutá. Podiamos pensar que a palavra "diospyros", originária do grego, significava "fogo dos deuses"! Mas parece que não, "dios" em grego significa com efeito "de deus" e "pyros" quer dizer "o trigo, o grão", significando portanto " o grão de deus", o "alimento divino".

terça-feira, 23 de setembro de 2008

MY BAG HAS ARRIVED

Não me digam que não foi a propósito a postagem de ontem!
Hoje chegou mais uma encomenda da minha swap partner no Linda's Bag. É a Kristin da Austrália e fez este lindíssimo saco para mim, primorosamente bordado e cheio de fuchicos. Como se fosse pouco ainda me ofereceu uma revista, dois cortes de tecido, uma caixa de chocolates ( huuum, são danados de bons) e um amável postal. Obrigada Kristin!
Já vos tinha dito, estes swaps são engraçados!

The postman just arrived with a package. You can't imagine what a excitement here at home. My daughter said to me to open it but I was with the camera to take photos and saying: it's from Australia, it's from Australia!

Finnaly I open it and ... Aaaah! Ooooh!
It's soooo nice! -said my DD.

It's beautiful! - I said- I know this bag! I know this bag from somewhere! I've already seen it in a blog! Oh my...how lucky am I!

I've already seen it and thought to myself " How beautiful, I wouldn't mind to have this one...but with my lucky, I've no chance! "




Here we call "fuchico" to suffolk puffs. And I've seen the evolution of this work in the blog of Kristin! Yes, my swap partner is Kristin from Australia.
And have you see the wonderful embroiderie in the top of the bag? It's a similar pattern to the fabric inside the bag

Thank you, very much, Kristin. I will use your bag with proud!And all the godies that you send me! I love the fabrics and the chocolate. Huuuum it's very good!How did you guess that I love magazines? Here it's quite difficult to find this kind of magazines, there are only two or three from U.S.A. ! I've also loved your postcard! Thank you.

My thanks also to Linda for the bag swap!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

CORREIOS

Hoje em dia usamos pouco o correio.
Habituamo-nos aos meios de comunicação rápidos, no contacto e no consumo das emoções, que a tecnologia moderna nos proporciona e sentimo-nos estranhamente incomodados quando nos falta a net, o telefone, o telemóvel, a TV cabo, como se, de repente, ficassemos indefesos e orfãos.
Não estou a exagerar não!
Por menor ou maior período de tempo já todos passámos pela experiência e não foi agradável! Já não se lembram?
Aqui há tempos o meu marido aborreceu-se seriamente com a empresa que nos fornecia a TV, telefone e net. Mudámos de empresa, só que estivemos quase um mês sem nada. Pareciamos zombies cá em casa... No auge da experiência, em que já só nos dava para rir, os meus filhos só diziam porque é que não acendiamos umas velas e fingiamos estar na pré-história (exagerados) !

Isto tudo para dizer que guardo viva na memória, a recordação dos meus tenros anos, do mês de férias passado na aldeia, lá para bem de trás-os-montes.
Tão lá atrás do tempo e dos montes que o correio chegava de burro trazido por uma mulher formidável, gorda ruiva e sardenta, já com os seus 50 e tal anos. Atravessava montes e vales, rios e ribeiros, 5 a 6 horas desde a cidade, e percorrendo as aldeias daquele lado do mundo. Chegava montada de lado, naquele burrito que parecia pequeno demais para tanta mulher e tanto saco, risonha, sempre bem disposta, fizesse sol ou chuva. Era recebida pelos habitantes da aldeia que esperavam ansiosamente a sua chegada, invariavelmente, no meio de piadas e palmas, sempre com o mesmo trocadilho tão gasto « correi-o, correi-o à lapada» mas que, ainda assim, arrancava sempre os mesmos sorrisos.
E enquanto a "tia Manulica", assim se chamava a mulher, desmontava e descarregava o pesado saco cinzento de tecido grosso e áspero, fechado por um cinto de couro que encaixava numa fechadura metálica, selada, todos se precipitavam para o sótão.
O sótão era uma mercearia incrível, tipo vende tudo, de balcões de madeira corridos e que só abria àquela hora para receber o correio. Mal a porta se abria, as pessoas corriam para guardar os lugares da frente, encostados ao balcão, donde poderiam ver e ouvir melhor a" menina Virginia" com a chave acobreada romper o selo de segurança e abrir o saco. Vê-la, exasperadamente lenta, no meio de um silêncio religioso, fazer molhinhos de cartas e preencher o formulário e, só depois, como se isso lhe tivesse dado imenso prazer, na sua vozinha aflautada chamar os destinatários das ansiadas cartas.
E era vê-los alegres uns, desapontados outros, esperarem que o saco fosse sacudido e virado do avesso, para regressarem às suas vidas no campo.

Porque é que isto tudo veio tão nítido à minha memória, neste dia cinzentão, começo de Outono?
É que ultimamente tenho recebido imensas encomendas, dos quatro cantos do mundo, todos carregados de surpresas e coisas que me têm feito muito feliz.
De pessoas que perderam tempo a pensar em mim!
Amorosamente prepararam embrulhinhos, escreveram bilhetinhos, perderam tempo a ir ao correio,a pensar na alegria que eu ia ter ao recebê-los.
E isso,... não há tecnologia moderna que substitua!


Hoje recebi, no correio, a encomenda de tecidos que fiz na loja da noussnouss. Não são lindos? Vamos ver o que vou fazer com eles!

sábado, 20 de setembro de 2008

PRÉMIO


A minha querida Ameixa Seca nomeou-me para o prémio blogue de ouro, mulherdiferente.bloguespot.com.
Aceito o prémio e fico muito contente por ela reconhecer algum mérito a este humilde blogue. Tenho que nomear 15 blogues mais o que considero uma tarefa bem difícil.

Abyquilt

All Stitced Up

Cozinha Turca

La Cucinetta

As minhas receitas

Our Shabby Cottage

Chookyblue

Chucrute com salsicha

Sopa Vermelha

Cinara's Place

Eu crio a minha vida

Crazy Mom Quilts

Hugs and kisses

Rosalie Quinlan Designer

Nomeio estes porque gosto do que fazem e visito-os muitas vezes. Sintam-se à vontade para o aceitar ou não, publicarem-no ou não.

My dear friend Ameixa Seca gave me the golden stamp for my blog.I'm very proud and happy and now I must select 15 more to win this award. I've chosen all those who are in the list. Please fell free to accept it or not, to publish it or not.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

SURPRISE Nº 1

Hoje tive mais uma surpresa no correio, a minha amiga secreta do Angel swap, mandou-me a minha primeira prendinha ( porque vão ser três). Um saquinho para pôr os desperdícios e linhas quando costuramos. É muito bonito e bem feito, gosto muito dele! Vinha acompanhado com um postal também bordado à mão, muito bonito.
Ainda não sei quem ela é, a não ser que é da Austrália e muito simpática. Isto dos "Swaps" é engraçado!

I've got a surprise in the mail. My Angel swap partner send me my first gift. A beautiful and perfect thread holder. With it, a beautiful card, with flowers and a buterfly embroidery. I like it very mutch! Thank you.
I don't know yet who she is. I only know she is from Australia and very charming. This swap is very fun and exciting!

GRATINADO DE PERU




(ampliem as fotos, vale a pena)

Cá em casa come-se pouco peru. Não é uma carne muito apreciada por ninguém e o que se vai tolerando são os bifes do bicho, com muito limão e panados.
Às vezes, poucas, vai-se comendo uma coxa ou outra, assada, muito bem recheada com ameixas e bem besuntada de mel e mostarda, para disfarçar.
Esta animosidade contra uma carne que até é das que faz menos mal, talvez se justifique pelas lembranças que perduram do " desgraçado" que assamos pelo Natal.
Fazemo-lo por pura tradição mas juntando muitos pratos alternativos.
E perguntam vocês por que é que insistimos em cozinhá-lo... porque adoramos o recheio...! O peru devia ser só recheio! O resto arrasta-se penosamente do forno para a mesa, nos dias seguintes, e a sua memória enche-nos para o resto do ano.

Isto tudo para vos dizer que este prato é muuuuuiiiito bom!
Para quem não aprecia peru dizer isto, já vos dá uma ideia...!
Então é assim:

1 cebola 2 dentes de alho 2 c.s. manteiga 1 c. chá de caril 1 c. chá de açafrão 3dl de natas
molho bechamel a gosto 600gr de peru 1 ramo de salsa 6 fatias de pão 150 gr de queijo emmental ralado

Piquei a cebola e os alhos e fritei-os na manteiga.
Juntei o peru ( cru) cortado aos cubos e deixei refogar juntando um pouco de água, ( dá para aproveitar sobras, já cozinhadas).
Quando a carne ficou macia, juntei o caril, o açafrão e reguei com as natas.
Deixei ferver e juntei metade do molho bechamel que já tinha preparado ( pode ser de compra).
Temperei com sal, pimenta e a salsa.
Coloquei as fatias de pão (atrasado) no fundo de um pirex, coloquei a carne por cima regando bem as fatias de pão e deitei o resto do molho bechamel por cima.
Como gosto muito de queijo, resolvi por umas fatias de queijo fundido por cima, polvilhei bem com parmesão em vez do emmental e foi ao forno 20 a 30 min.
Ficou com bom aspecto, cheirava lindamente e soube muito bem!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

UM OUTONO MAIS QUENTE!

Hoje recebi uma encomenda no correio que veio encher o meu coração de alegria! Foi uma surpresa completamente inesperada e por isso mesmo fiquei ainda mais encantada.
Um livro de receitas, com uma forma bem original, com o tema Outono e que vai tornar o meu bem mais saboroso! Uma vela colorida para iluminar o meu caminho ... e bem preciso, nos tempos que correm. E um bilhete amoroso com palavras "quentinhas", sentidas, cheias de carinho, que eu certamente não mereço, mas que me fizeram bem feliz! Obrigada Marta! :)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

FATIAS DE POLENTA E COURGETE



Deixei-me seduzir pelo ar apetitoso da fotografia que vinha a acompanhar a receita, na revista Essencial na Cozinha Vegetariana, e fiz esta polenta. Fica muito saborosa embora a minha não tenham ficado com tão bom aspecto como as da revista, como podem ver! Acho que usei farinha fina de mais e para a próxima uso a máquina das tostas mistas em vez da chapa ondulada.

1 c.s. de margarina 3 c.s de azeite 250 gr. de courgete ralada 750 gr de caldo de legumes
185 gr de polenta 2 c.s. de queijo parmesão ralado

Untei uma assadeira quadrada.
Fritei a courgete na manteiga e no azeite até ficar mole mas não tostada e reservei.
Levei o caldo a ferver numa panela grande e fui deitando a polenta, mexendo com uma colher de pau até engrossar e descolar dos lados da panela.
Misturei a courgete e temperei com sal e pimenta.
Deitei esta mistura na assadeira e deixei arrefecer durante uma hora.
Cortei a polenta às fatias, pincelei-as com azeite e grelhei-as numa chapa ondulada.
São um óptimo acompanhamento para carne, peixe ou para comer simplesmente assim

domingo, 7 de setembro de 2008

AVIÕES II

É tão linda a minha cidade!



"Quem vem e atravessa a ponte, junto à serra do Pilar,



Vê um velho casario que se estende até ao mar,
Por ruelas e calçadas, da Ribeira até à Foz..."







Depois foram os aviões, mas esse nem as fotografias os apanham bem, nem a emoção é a mesma ... só estando lá e sentindo o barulho dos motores, vendo de perto as piruetas e acrobacias. O tempo esteve espectacular e a cidade e o rio foram um palco lindo para os milhares de pessoas que vieram e se sentaram nas suas margens!

sábado, 6 de setembro de 2008

COUNTRY QUILT


Finalmente chegou ( e foi muito rápido) a revista que encomendei lá dos antípodas. Vamos ver se me entusiasmo e faço de lá alguma coisas!

ARROZ DOCE


Esta receita de arroz doce é bem diferente daquele, tradicional, a que estamos habituados! Foi uma amiga espanhola, Pepa, que me deu a receita. É um arroz doce cremoso, aveludado e muito solto.
Depois de a ter experimentado, no original, fiz-lhe algumas alterações por achar exageradas algumas quantidades.
A receita então é assim:

3 Ch.café de arroz carolino - 1 l de leite - 1 lata de leite condensado - 1 pacote de natas - canela

Levam-se 3 chávenas de café, de arroz carolino, a cozer em 3 copos de água.
Quando a água estiver quase sumida, junta-se um litro de leite e o arroz continua a cozer. Sempre no mínimo, vai-se mexendo de vez em quando.
Verificando que o arroz está mole, acrescenta-se uma lata de leite condensado. Coze mais um pouco.
Junta-se um pacote de natas, mexe-se, deixa-se ferver de novo e desliga-se.
Verte-se numa taça e depois de morno polvilha-se com canela.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

AVIÕES I



Vvvrrrrrrrrrrrmmmmmmmmmmmmmmmm!
Já roncam!
As gaivotas andam doidas!
Quase me entram pela janela!...
Eles e elas!
É o Red Bull Air Race!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A MONTANHA DA ALMA

Nada melhor do que celebrar a postagem nº 100, no 1º de Setembro, fim de férias, com um comentário literário para a Academia dos Livros.

Hoje em dia quando falamos da China temos duas abordagens possíveis e imediatas. Uma, é o nosso pensamento viajar no tempo e virem-nos à memória imagens de uma cultura milenar onde imperadores, porcelana de mil e uma cores, pagodes, paisagens que rompem os vapores das nuvens, sedas e concubinas são só pormenores de uma longa lista.
A outra abordagem é a de nos saltarem à ideia as incontáveis lojas de vende tudo, que povoam o nosso país, e o sentido pejorativo de “compraste no chinês?”.

Parece que falamos de dois países diferentes e debatemo-nos entre sentimentos opostos.

Num tempo em que os jogos olímpicos estão, ainda, tão na ordem do dia e que nos mostraram uma China poderosa, que se esmerou por mostrar ao mundo as suas grandes capacidades, não só na organização do evento como também nos atletas medalhados ( um em cada modalidade, pelo menos) acho que vem a propósito falar de Gao Xingjian.

Gao Xingjian nasceu na China em 1940, vive em França desde 1988, é romancista, pintor, dramaturgo, encenador, crítico literário, poeta e o Prémio Nobel da Literatura pelo conjunto da sua obra em 2000.

Eu li, há já algum tempo, a Montanha da Alma que é um livro seu, de 546 páginas, e onde todas as características do autor, acima mencionadas, se revelam magistralmente.


Adorei lê-lo, saborei frases e passagens, tocou-me a alma, por isso vos falo dele!

O eu narrador que nos conta a sua viagem através do país profundo, à procura da Montanha da Alma, local mítico e incerto no mapa da China, vai-nos mostrando, com nostalgia, um país desconhecido, ancestral, intocado e puro ( também duro e pobre) que contrasta com um país burocrata, espartilhado, injusto e cego pela revolução maoísta, que, por sua vez, choca com as metrópoles modernas, industriais e capitalistas, onde pululam jovens ocidentalizados e incaracterísticos.

Somos confrontados com três épocas marcadas por ideologias diferentes cujas alterações profundas na sociedade traçam destinos, muitas vezes preversos, em algumas das pessoas que se cruzam com o autor e noutras deixam-nas cristalizadas como se não tivesse havido revolução ( evolução? ). Surge-nos um país pintado como um quadro, de fortes contrastes.

Não é um livro fácil com uma qualquer história que é contada. Não há uma história, há histórias que se vão contando, de ele ou ela que se cruzam com o narrador. As mulheres mais castigadas, sofridas, numa sociedade preconceituosa.

É díficil explicar as emoções que esta narrativa desperta, a poesia que destila na descrição de paisagens ou dos sentimentos, a delicadeza e o pudor das relações humanas ou religiosas (budista e taoísta essencialmente) .

« E é assim que uma paisagem vulgar a que não se presta a mínima atenção deixa no intímo uma impressão profunda. Em mim, faz nascer subitamente uma espécie de desejo, uma vontade de entrar nela, de entrar nessa paisagem de neve, não ser mais que uma silhueta, uma silhueta que obviamente não teria quarquer sentido se não estivesse a comtemplá-la da janela. O céu sombrio, o chão coberto de neve ainda mais brilhante em contraste com este céu sombrio, já não há melros, já não há pardais, a neve absorveu qualquer ideia e qualquer sentido. »

« Este "eu" no meio do tu não é senão um reflexo no espelho, a imagem invertida das flores na água; se não entrares no espelho, não conseguirás apanhar o que quer que seja e só terás piedade de ti próprio em pura perda. »

E depois como num texto dramático, em que alternam as personagens “ela diz, tu dizes” mas sempre com a poesia nas palavras:

« Tu dizes que acabas de sonhar, adormecido sobre ela. Ela diz que é verdade, há um momento ela falava contigo, tu não dormias, ela diz que te acariciava e enquanto tu sonhavas, ela tocou o teu pulso, apenas há um minuto. Dizes que é verdade, tudo era ainda distinto, sentias a doçura dos seus seios, a respiração do seu ventre. Ela diz que te abraçava, que te tocou o teu pulso. Dizes que viste erguer-se a superfície negra do mar,a superfície perfeitamente plana, levantou-se lenta e inexoravelmente.Comprimida, a linha entre o céu e o mar desapareceu e a superfície negra ocupou todo o espaço. Ela diz que dormiste colado ao seu peito. Dizes que sentiste os seus seios a crescer como uma maré negra, que o fluxo era como um desejo que aumenta, cada vez mais forte; quando ela ia engolir-te, dizes que sentiste uma espécie de inquietação. Ela diz: estavas sobre o meu peito como uma criança tranquila(...)»

A Viagem à procura da Montanha da Alma é como a demanda do Santo Graal. Uma viagem interior à procura da beleza, da pureza, do conhecimento, de si mesmo... E percebemos claramente isso quando, ao longo da leitura, sentimos que estamos nós próprios à procura de qualquer coisa, ... de nós mesmos.

Essa escalada à montanha, aos cinco mil metros, de altura ou profundidade na própria mente, é acompanhada da incapacidade das palavras, da mistura onírica da realidade, ou como diz Noel Dutrait no prólogo, “evocação da realidade absurda ou kafkiana contemporânea”.
E o livro termina:

« Fingir compreender, mas de facto, não compreender nada.
Na realidade, não compreendo nada, estritamente nada.
É assim.»

Há livros que não se explicam, leêm-se!