quarta-feira, 29 de julho de 2009

MANTEIGA DE ERVAS





As manteigas de ervas são muito úteis tanto para usar em molhos,em peixe e carnes grelhadas ou simplesmente para barrar no pão.
Piquei uma mistura de ervas aromáticas que colhi na minha horta e misturei-as com manteiga com sal. Depois de bem envolvidas, deitei a mistura em papel vegetal, enrolei num cilindro e levei ao frigorífico, no mínimo 24h até ser usada. Esta destinava-se a barrar no pão e usei, estragão, salsa, tomilho, segurelha, 2 folhas de salva, coentros e 150gr de manteiga.

Sugestões:

Manteiga de coentros e alho - Excelente para pincelar trutas antes de as grelhar. 1c.s.de coentros e 2 dentes de alho

Manteiga de endro - Ideal para pincelar salmão.Misturar na manteiga 1 punhado de folhas de endro picadas.

Manteiga de salsa e tomilho - Óptima para temperar frango antes de o assar.Use 2 c.s de folhas picadas.

Manteiga de folhas de salva - Para temperar costeletas de porco grelhadas.Bastam 3 folhas.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

MOJITO

E porque é Verão e o tempo começa a melhorar, aqui fica uma sugestão fresca.



MOJITO

4 cl Rum
sumo de ½ lima
1c.s açucar mascavado
água gaseificada ou não
10 Folhas de Hortelã
gelo a gosto

Colocam-se as folhas de hortelã, o açúcar e o sumo de lima num recipiente.
Com um pilão, esmagam-se os ingredientes. A quantidade de sumo de hortelã libertada fica ao critério de cada um. Coloca-se tudo num copo alto e junta-se o rum, o gelo moído, água gaseificada ou lisa e mexe-se suavemente.
Decora-se com um raminho de hortelã no próprio copo e bebe-se por uma palhinha.
Chim chim!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

DISTO E DAQUILO



Com esta chuva torrencial que apenas alivia por breves momentos para aquela "morrinha" chata e, logo a seguir, volta a cair desapiedada e forte, só me vem à memória este poema / canção que não resisto a transcrever:

BARBARA

Rappelle-toi Barbara
Il pleuvait sans cesse sur Brest ce jour-là
Et tu marchais souriante
Épanouie ravie ruisselante
Sous la pluie
Rappelle-toi Barbara
Il pleuvait sans cesse sur Brest
Et je t’ai croisée rue de Siam
Tu souriais
Et moi je souriais de même
Rappelle-toi Barbara
Toi que je ne connaissais pas
Toi qui ne me connaissais pas
Rappelle-toi
Rappelle-toi quand même ce jour-là
N’oublie pas
Un homme sous un porche s’abritait
Et il a crié ton nom
Barbara
Et tu as couru vers lui sous la pluie
Ruisselante ravie épanouie
Et tu t’es jetée dans ses bras
Rappelle-toi cela Barbara
Et ne m’en veux pas si je te tutoie
Je dis tu à tous ceux que j’aime
Même si je ne les ai vus qu’une seule fois
Je dis tu à tous ceux qui s’aime
Même si je ne les connais pas
Rappelle-toi Barbara
N’oublie pas
Cette pluie sage et heureuse
Sur ton visage heureux
Sur cette ville heureuse
Cette pluie sur la mer
Sur l’arsenal
Sur le bateau d’Ouessant
Oh, Barbara!
Quelle connerie la guerre!
Qu’es-ce-tu devenue maintenant
Sous cette pluie de fer
De feu d’acier de sang?
Et celui qui te serrait dans ses bras
Amoureusement
Est-il mort disparu ou bien encore vivant?
Oh, Barbara!
Il pleut sans cesse sur Brest
Comme il pleuvait avant
Mais ce n’est plus pareil et tout est abîmé.
C’est une pluie de deuil terrible et désolée
Ce n’est même plus l’orage
De fer d’acier de sang
Tout simplement des nuages
Qui crèvent comme des chiens
Des chiens qui disparaissent
Au fil de l’eau sur Brest
Et vont pourrir au loin
Au loin très loin de Brest
Dont il ne reste rien.


JACQUES PRÉVERT

Se a memória não me falha dizia o Mário Viegas que a poesia era para se comer às colheres. Depois desta colherada poética vai uma receita mais material.

Já agora, com chuva ou sem ela, sabe sempre bem um grelhado, deixo-vos um pratinho muito saboroso e saudável, que retirei da Mulher Moderna de Julho, mas a que modifiquei o molho.

ENTREMEADA COM LEGUMES



4 batatas
2 cenouras
1 courgette
600gr de entremeada
1,5 dl de azeite
1/2 limão ( sumo)
3 dentes de alho
2 c.s. de coentros picados e salsa
salsichas creoulas
sal,colorau q.b.

Cozi os legumes todos, depois de descascados, em água com sal, deitando a courgette em último.

Grelhei a entremeada,que estava já temperada com sal, colorau e alho e as salsichas.

Numa frigideira fervi o azeite com o alho, uma folha de louro e colorau, reguei com o sumo de limão e antes de desligar polvilhei com a salsa e os coentros picados. Reguei a carne com este molho e servi com salada de tomate e pimentos grelhados.


sexta-feira, 17 de julho de 2009

FREE AT LAST!

Minhas amigas, finalmente entro em férias!
Já não era sem tempo.
A partir de hoje mudo-me para este lugarzinho paradisíaco, onde tenciono jiboiar o próximo mês, com umas escapadelas aqui e ali. Sem fazer nada a não ser ler, dormir, comer, conversar com os amigos que apareçam, dar uns mergulhos se o tempo ajudar, e...mais nada que isto já é uma agenda muito preenchida!
Perdoem-me se comentar pouco os vossos blogs porque a net lá, é aquilo que se sabe, lenta, lenta, até perder a paciência, mas vou espreitando e postando sempre que possível.
Entretanto...façam o favor de serem felizes!
Eu vou tentar fazer o mesmo. :)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ANOTHER ONE

Gostei tanto do quilt que fiz em cor-de-rosa que resolvi fazer outro, desta vez em azul.
Deu-me imenso prazer bordar estas coisinhas fofas e trabalhar com cores tão mimosas, talvez por isso saiu tudo tão bem feitinho e tão depressa.
Os bordados são, tal como no outro, da Cinderberry Stitches. Os tecidos são uma miscelânia do que tenho cá por casa, uns do Chiadinho, da Noussnouss, da Patch-Mania e do Dotquilts. É assim, com trapinhos de todos os lados, e misturando tudo, que eu acho que se fazem coisas giras. Estou mesmo orgulhosa do meu trabalho!




This is another baby quilting but this time in blue. I've loved so much to do the pink one that I've decided to do another one. It's a great pleasure to stitch this flufy things and work with this soft colours, that's why the result it's so good and why I work so fast.
The pattern is from Cinderberry Stitches and fabrics are a medley that I have were at home from Chiadinho, Nousnous, Patch-mania and Dotquilts. I'm proud of my work!

domingo, 12 de julho de 2009

SALADA GREGA

Tomei contacto, pela primeira vez, com esta salada, em Salónica, há já uns anos.
A cidade é linda, com imensas ruas comerciais que me fizeram lembrar o Porto de antigamente, antes de abrir tanta loja dos trezentos e haver um grande bazar da china porta sim, porta sim. Grandes esplanadas em tudo o que é canto e esquina, não com mesas e cadeiras altas como as nossas, mas sim sofás individuais ou de três lugares e mesas baixas. Adorei o café gelado que serviam em copos altos e o requinte com que serviam até um copo de água.

Mas eu ia mesmo era falar da salada.

Com a minha mania de passear pelos mercados, porque acho que os povos se conhecem através de mercados e feiras, andei pelo mercado de Salónica e ia de pasmo em pasmo, porque marimbando-se para as leis da C.E.E., continuavam a vender tudo, mas tudo, a granel. O arroz. o grão de bico, o café, os chás, tudo em sacos enormes, a que iam dobrando as bordas conforme iam vendendo a mercadoria. Isto numa altura em que aqui, no nosso país saía a linda norma de que o azeite e o vinagre para temperar um simples cozido, nos restaurantes tinha que ser em pacotinhos, individuais. Experimentaram por essa época, a dita lei? Eu fui das privilegiadas que tive que me besuntar toda, tentando acertar no desgraçado do bacalhau, no prato, e evitar esguichar o vizinho do lado, à custa de umas mãos todas untadas, o resto do almoço!

Pois o mercado de Salónica encantou-me e como o adiantado da hora já pedia almoço, foi em pleno mercado que almocei. Num simpático e modesto restaurante, lindamente decorado com cartazes de cinema , anunciando filmes bem antigos e memoráveis, capas de discos também não menos famosos, serviram-me um peixe fresquíssimo e a famosa salada grega.



Desde esse dia faço-a várias vezes. Agora que a minha horta começou a dar tomates e pepinos, chegou a altura de a comer mais vezes.


SALADA GREGA

Corto tomates aos gomos grossos, pepinos jovens aos pedaços, queijo feta aos cubos, bastantes azeitonas, tempero com muito azeite, sal, pimenta e manjericão. Como o meu manjericão ainda está muito pequeno deitei mesmo orégãos secos e também ficou boa.

Já agora, uma das coisas mais engraçadas com táxis aconteceu-me na Grécia. O meu hotel ficava fora do centro, um dia em que começou a chover e eu fui apanhada desprevenida, chamei um táxi, entrei e, acreditem ou não, só lá dentro e já em andamento é que vi um outro passageiro,um homem jovem. Fiquei meia constrangida e a pensar como é que eu me tinha ido meter naquela, lá disse ao taxista o nome do hotel e seguimos. O meu cérebro fervilhava e, óh mente perversa, já imaginava uns quantos filmes, e magicava como havia de sair dali. O outro passageiro,também estrangeiro, acreditem, não estava mais à vontade do que eu. Qual não é o meu espanto, mais à frente o táxi pára e mete mais uma senhora que se sentou à frente, cumprimentou-nos e lá foi conversando com o motorista. Moral da história, os gregos são muito democráticos com os seus transportes, se há espaço, cabe sempre mais um. Parecia um mini autocarro. E lá nos foi largando este neste hotel, a outra mais uns quarteirões adiante e a mim, no final da linha! Mas atenção, honestidade acima de tudo, cada um de nós só pagou a sua parte da corrida!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

ESPELHO DE CHOCOLATE E HORTELÃ

Este foi um dos ensaios para o dia castanho.Não me convenceu porque o chocolate parecia-me tão óbvio, estou sempre a usá-lo e além disso, sou muito mais de salgados do que de doces. Publico no entanto esta receita porque é uma boa sobremesa, muito fresquinha para esta época do ano.Segui a receita da Mulher Moderna nº41, Edição Especial Chocolate.


ESPELHO DE CHOCOLATE E HORTELÃ

6 folhas de gelatina
4 dl de leite
1 raminho de hortelã
2 dl de natas
150 gr de açucar
1 c.sobremesa de maizena
4 ovos
100 gr de chocotale branco ( eu usei normal)
1 c. sobremesa de licor Pisang Ambon ( não usei)
80 gr de chocolate de culinária, em tablete
1 c. sopa de água
amendoa torrada para decoração( não usei)

1 - Demolha-se as folhas de gelatina em água fria. Entretanto ferve-se o leite com o ramo de hortelã e as natas. Deixa-se arrefecer.
2 - Mistura-se o açucar com a maizena e os ovos. Junta-se o leite em fio a esta mistura, mexendo bem e vai ao lume, em banho maria, até engrossar.
3 - A meio da cozedura adiciona-se o chocolate partido em pedaços. Retira-se do lume, tiramos o ramo da hortelã e acrescenta-se a gelatina e o licor. Deita-se na forma de fundo amovível e deixa-se arrefecer no frigorífico.
4 - Quando frio cobre-se com o chocolate derretido em duas colheres de leite, alisa-se e quem quiser pode por no congelador.

Eu não usei o chocolate branco porque o queria bem castanho. Não usei o licor porque não tinha e não usei as amendoas para decorar, apenas um raminho de hortelã.
Como não gosto de coisas muito frias, não usei o congelador, apenas o frigorífico e garanto-vos que ficou bem bom assim!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

ISN'T IT LOVELY?


Acabei agora mesmo esta mantinha de bébé que considero o trabalho mais bonito e mais bem conseguido, que fiz em patchwork, até ao dia de hoje.
Até parece mal gostar tanto do que fiz e estar tão satisfeita com o resultado final mas a verdade é que estou mesmo e até me apetecia ter bébés na família para a mantinha ficar por aqui mesmo. Não tenho e o que me levou a fazê-la foi mesmo oferecê-la a uma amiga que está gravidíssima.
Segui um modelo e bordado da Cindeberry Stitches, com uma combinação de tecidos que andavam cá por casa!





I've finished now this baby quilting that I think that it must be the most pretty and most well done work that I ever done!
It's a shame to be so glad with my only work but the fact is that I am realy satisfIied with the final result. It's pitty that I don't have any babys in the family to keep it with us. I've made it to give it to a friend who is very, very pregnant!
I've made it with a Cinderberry Stitches pattern and with some old fabrics that I have here.

domingo, 5 de julho de 2009

CASTANHO

Para o dia castanho, trago uma proposta bem simples e saborosa, filet-mignon com mistura de pimentas.

FILET-MIGNON

Com a ponta de uma faca esmaguei grosseiramente, pimenta verde e pimenta vermelha. Reguei a carne com sumo de meio limão, passei-a na mistura das pimentas, deitei-lhe sal e deixei ganhar gosto.
Na altura de fritar deitei azeite e dois dentes de alho numa sertã, fritei os bocados de carne até estarem dourados. Retirei-os para um prato e coei o molho que sobrou, engrossando-o com poucas natas.

Fica bem acompanhado de puré de castanhas, no Inverno, ou de esparregado. Com estamos no Verão, embora não pareça, acompanhei de salada de alface e rúcula, com arroz branco.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

HOJE RECEBI FLORES!





Alguém disse que quando se oferecem flores fica-se sempre com um pouco do perfume nas mãos!
Hoje recebi rosas amarelas.
Lindas!
Adoro rosas!
Amarelas.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

TEXTOS!

Esta foto podia ter sido tirada num qualquer dia do Inverno passado, basta olhar para o cinzentão das nuvens. Acontece que ela é de hoje, exactamente de há 5 min atrás. É o Verão que se pode arranjar por aqui!


Talvez influenciada pela melancolia do tempo veio-me à memória um texto que eu achei belíssimo na altura que o li, há já um bom par de anos e que compartilho agora convosco. Leiam-no devagar, parem mesmo nos pontos e façam pausas grandes nas vírgulas. Saboreiem como se fosse um rebuçado...

« Seguiam pelo passeio de mãos dadas. Talvez o vento ligeiro que se levantou os molhasse ainda mais. Quando os atingia a chuva transformava-se em flores, como é de uso acontecer ao pão, nos milagres. Ou, como as flores continuam caras, talvez a chuva se limitasse a uma carícia, considerando tudo mais desnecessário.
Certo, certo, é que a chuva lhes ensopava o cabelo e que havia que, com a manga do casaco, ou simplesmente com os dedos, ir suavemente aceitando os pingos que lhes desciam pelo nariz.
Eles. Eles são eles. Eles são o príncipio de tudo o resto, sim, o resto é quase o fim do dia, a chuva farta e mansa, os autocarros embaciados, as pessoas apressadas ou abrigadas, resignadas, submissas, debaixo dos toldos.
Eles. Eles têm catorze anos, vão devagar como qualquer eternidade que se preze e tudo o mais de espanto é ficar a vê-los pelo passeio fora, de mãos dadas,enquanto a chuva cai, cai, cai.
Enquanto a noite se vai infiltrando por tudo o que é cidade.
Enquanto Lisboa se vai acomodando para a hibernação de todos os silêncios.
De súbito um carro pára diante deles, no outro lado da rua. Um vulto feminino desce, cobre a cabeça com a mão direita, acena com a outra:
- Eh pessoal! Querem boleia?
Eles estacam. Num acto instintivo de protecção Júlia põe-se à frente do rapaz.
- A professora Zília! - exclamam ao mesmo tempo.
-Não querem vir?
- Não vale a pena.
- Mas está a chover muito!
- Isto não é nada já passa. - grita o João.
- Vejam lá. Está tudo bem? Não há novidade?
- Tudo bem, professora, tudo bem.
Zília fica a vê-los afastarem-se, pararem na luz da paragem do autocarro, abraçarem-se num beijo, num beijo, num beijo.
Completamente ensopada, Zília entra no carro.
- O que é que tens? - pergunta-lhe o companheiro.
- Não sei - diz ela - Não sei. Mas parece que estou feliz
. »


Este excerto é do livro « o caso da rua Jau », de Mário Castrim.


Mário Castrim (pseudónimo de Manuel Nunes da Fonseca) nasceu em Ílhavo, em 1920, e morreu em Lisboa, em Outubro de 2002. Era casado com a também escritora e jornalista Alice Vieira e pai da jornalista e escritora Catarina Fonseca.
Professor, escritor e jornalista, fez crítica de televisão diária, desde 1965, no Diário de Lisboa. Depois do encerramento deste jornal, em 1990, passou a assinar a crítica de televisão no semanário Tal & Qual. Em 1963 criou, com Augusto da Costa Dias, o Diário de Lisboa – Juvenil, que sempre considerou a sua obra mais importante. Escreveu no jornal Avante! e, nos últimos dez anos da sua vida, trabalhou na revista Audácia, dos Missionários Combonianos.