Janeiro é um mês longo, muito longo... todos os anos.
E atenção que para mim isso não é mau!
O frio do Inverno, as geadas que cobrem tudo de branco ou as bátegas de água que nos encharcam dias a fio, a vontade do calor e do fogo, os dias tão curtos e as noites tão looooooongas, convidam-nos a hibernar, mas não podemos.
A mim traz-me sempre o desejo dos trabalhos manuais. Tenho um secreto prazer em manusear as lãs, em afagar os tecidos, em pintar, bordar, coser e criar seja lá o que for, mesmo que vá acabar, inútil ,num qualquer canto da casa!
Gosto de acreditar que é um sentimento ancestral, vindo das inúmeras mulheres que me antecederam, de tempos imemoriais, que aproveitavam o Inverno e a impossibilidade de trabalharem os campos, para fiarem e tecerem.
Li há muitos anos os quatro volumes de « As Brumas de Avalon», de Marion Zimmer Bradley e foi lá que melhor senti descrito este longo, monótono, nostálgico e letárgico passar do tempo, que eu aprecio.
A morte aparente da natureza e a espera pelo seu renascer, pujante de vida.
Foi naquelas mulheres, nos trabalhos que executavam, nas suas conversas e rituais, naquele passar de tantos anos e na repetição de tantos Invernos, que eu identifiquei e me consciencializei do meu gosto e prazer enorme por esta época do ano que vai de Outubro até finais de Fevereiro.
Já agora, o livro é um relato da época do mítico rei Artur mas é espantoso porque todos os factos nos são contados do ponto de vistas, da força, do domínio, do amor e do sofrimento das mulheres, desde Morgana até Guinevère e isso torna-o diferente e muito interessante para quem gosta do género.
4 comentários:
Gosto muito destes meses mais obscuros :) Convida a chás, a bolos, a leituras!
Comungo contigo o gosto por este mês de Inverno. Este ano não me dediquei às lãs, mas tenho aproveitado para ver e reorganizar albuns de fotografia.
Beijocas***
O título do post já diz tudo.
Confesso que espero o ano todo pelo verão, pois Curitiba é fria, na contramão do país, e passamos a maior parte do ano entre muitos agasalhos e edredons. Sinto necessidade de sol, de andar de chinelos, colocar pouca roupa e sair.
Mas temos que saber aproveitar o que cada estação nos oferece de bom. Como já bordei muito, entendo bem do que você fala sobre as longas horas passadas no manuseio das agulhas.
Seu relato me deu vontade de buscar um filme antigo para assistir ou mesmo um livro, ainda mais ouvindo sua trilha sonora.
Aproveite bem a estação que tanto aprecia e tenha um ano de bons momentos!
Bjs.
Gostei dessa dos chás e bolos, Ameixa! Acho que vou acrescentar esses dois items às minhas tardes,ehehehe!
Ainda bem que também gostas destes meses assim. Acho que também precisava de dar alguma ordem às minhas fotos,mas tem que ser quando tiver apetite para isso. :=
Gina,ainda hoje quando acordei, pensei no bom que sentir-me tão quentinha e confortável no meio da minha " nuvem", quer dizer edredons, eheheh!
Um bom ano de tudo de bom também para si! :)
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