sexta-feira, 12 de junho de 2009

A SOLIDÃO DOS NÚMEROS PRIMOS

Ontem aconteceu-me uma coisa que há já muito tempo não sucedia!
Pegar num livro e lê-lo de uma assentada, sem interrupção até à última página.
Fiquei tão contente! Já me julgava incapaz de uma proeza do género e andava a matutar se não seria por agora precisar dos óculos para ler e ter de andar sempre com eles de um lado para o outro, que isso acontecia.
Afinal, depois de ler este, cheguei mesmo à conclusão que eram os argumentos incipientes e pueris que não me despertavam a curiosidade, aliados à maneira inadequada de tratar os temas.
Pronto, pronto,está bem, a Net e a falta de tempo também têm alguma culpa, eu concedo.

O livro em questão chama-se « A Solidão dos Números Primos» de Paolo Giordano, da Bertrand.



É a história de duas personagens que vivem dois incidentes infelizes e perturbadores que lhes modificam por completo a vida. O relacionamento com os pais é fundamental na gestão emocional do problema vivenciado e na afectividade. O seu crescimento e relacionamento consigo e com os outros acaba por ser condicionado por isto.
Acabam por se cruzar e o leitor acompanha o seu crescimento, a adolescência, a juventude, os amores e desamores, o traumas e infelicidades que, são incapazes de superar pelo peso esmagador das suas más experiências.

Não é uma história feliz. É uma história crua e fatalista, como tantas na vida real, contada magistralmente.Bom conhecedor da psicologia humana o autor prende-nos e enreda-nos na expectativa do que pode acontecer. Entre a inércia absurda e enervante das personagens e a nossa vontade que as coisas se alterem e acabem por se comporem, somos levados até ao final da história, meio desconcertante mas plausível, que nos deixa a pensar nas relações humanas e na importância de educarmos as nossas crianças para o sucesso duma coisa a que damos pouca importância - A inteligência emocional.

6 comentários:

ameixa seca disse...

Os pais são os primeiros modelos sociais dos filhos, acabam por condicionar muita coisa... às vezes bem e outras vezes mal :)
Já ouvi falar mas ainda não li. Mais uma para a Academia!

risonha disse...

ando de olho nesse livro, deve ser óptimo.

Noémia disse...

Lê, Ameixa, é muito bom e tem muito a ver com a tua área. Não o que está dito mas o que não foi dito e prepassa nas entrelinhas.

Risonha, se andas de olho nele, não o percas de vista e lê-o quando puderes porque é muito bom!

Cor de Chá disse...

Eu já o li há algum tempo e numa palavra: desconcertante. Aconselho vivamente!

Bj^^

ameixa seca disse...

Bou-te dizer... estive a pesquisar o autor para publicar na Academia e o gajo é bem jeitoso! Mesmo Italiano he he
'Inda fiquei com mais vontade de o ler, de lhe passar os olhos (no livro, entenda-se!) :)
Logo eu que nem gosto de loiros nem de gajos mais novos, mas não resisto a uma barba bem feita he he

Noémia disse...

É um bom livro sim, Cor de chá, por isso me prendeu do princípio ao fim, de um fôlego! :)

Olha Ameixa, se lhe quiseres passar os olhos e as mãos, eu empresto-to (o livro bem entendido)!
Também prefiro os morenos mas...não hé regra sem senão! ;)