terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FESTAS

Hoje é o último dia do ano e não podia deixar de escrever aqui alguma coisa...
Não coisas agradáveis, nem muito alegres, nem planos de mudança ou promessas de melhoria, nem desejos de nada.
O ano passado, por esta altura, teve a minha mãe um AVC, saiu do hospital a tempo de vir passar o Natal a casa. Se as festas não foram o auge da felicidade, foram pelo menos em união e com o coração já descontraído.
Este ano, o meu pai teve uma trombose na segunda feira da semana passada e na terça feira, véspera de Natal, um AVC.
Passei esta semana toda com o coração negro, apertadinho, com um pedregulho cá dentro do tamanho e peso do mundo. Prostrada diante do meu menino Jesus, em oração, com uma vela acesa que espantosamente ardeu, sem parar, três dias.
E o Menino Jesus fez o milagre...
Do diagnóstico tão negro e reservado do primeiro dia, passou-se a um mais favorável, dois dias depois os TACs começaram a mostrar que podia haver melhorias. 
O perigo ainda existe, o meu pai ainda está na unidade, está paralisado do lado esquerdo, não sei como vai ficar, se ficar...
Dizem-me todos "ai coitada, que festas", " olha que andas com um azar, tudo te acontece"...

E eu não consigo explicar-lhes o inexplicável. 
Que vivi um Natal em profunda comunhão com Deus.
Que depois do medo e da dor inicial da perda, me entreguei completamente nas Suas mãos e aceitei a Sua vontade, como um desígnio que me escapava. Mas aceitei.
Que a partir daí, senti que Ele aligeirava a minha carga, a minha dor.
Senti que estava comigo mas, sobretudo, que estava com o meu pai.

Este não é o sítio para este tipo de partilhas, um vulgar e banal blogue de receitas e trapinhos...
Quem vem lê-lo de fugida ou distraído pode julgar, de ânimo leve, que se trata de uma pieguice minha, uma fragilidade devido à emoção do momento.
No entanto, tinha que dar, aqui, testemunho da minha vivência deste Natal e uma acção de graças a Deus por tudo o que me tem dado.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

CHILAS

O meu marido, este ano, semeou chilas e, ao contrário de outras vezes, tive uma grande produção. 
Até deu para dar aos amigos que mas pediram. 
Eu andava a arranjar vontade para fazer o doce, lá arranjei coragem e atirei com força uma ao chão para a partir bem. 
Como é sabido não convém utilizar nada de metal até o doce estar pronto. 
Em seguida tirei a "tripa" mais escura, que vai de cima a baixo, e que se não for tirada dá mau sabor (a sardinha), coloquei todos os pedaços virados com a casca para cima, em água fria e pus ao luar toda a noite. 
No dia seguinte levei-a a cozer numa panela coberta de água. Depois de cozida, escorri-a bem.


Depois, foi só retirar o resto das pevides e a casca, com a mão, desfiar bem todos os fios da chila e pesá-los.
Levei ao lume uma panela com os fios de chila, igual peso de açúcar  mentira retirei 200gr ao peso devido e um pau de canela. 
Deixei cozinhar bem até sumir toda a água e ficarem os fios quase secos. Está óptimo!


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

HOT

Para aquecer o inverno e as outras estações também, dediquei-me a fazer este molho que não sei bem como saberá pois foi feito ao sabor da fantasia.
Daqui a umas semanas quando estiver bem macerado e apurado vos direi do resultado.

Peguei nas minhas malaguetas, que a D.ª Maria arrancou da horta e atirou para cima de um muro, como se não prestassem para nada e depois de bem lavadas piquei 12 muito fininhas.
Raspei 5 cm de gengibre, piquei dois dentes de alho e meti tudo num frasco. Juntei-lhe dois raminhos de tomilho seco, uma folha de loureiro, enchi com metade de whisky e metade de azeite...
Aguardo com expectativa o resultado!


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

VEADO COM PURÉ

Na verdade eu devia colocar um título mais gourmet e tão em moda  como...sei lá..." veado marinado com redução de vinho tinto em cama de puré de batata doce, cenoura e curgete".
Ficava melhor com a fotografia e traduzia bem o sabor espectacular com que ficou a refeição. Só que era grande demais para caber lá em cima!


O que é certo é que peguei num quilo e meio de veado aos pedaços, congelado e coloquei-o a marinar numa mistura de vinho tinto com salva, rosmaninho, tomilho, grãos de pimenta preta inteiros e sal. Basta ficar assim 2 horas mas pode deixá-lo no frigorífico de um dia para o outro.
Numa panela coloquei azeite, cebola picada, alho e refoguei até ficar translúcido, juntei o veado escorrido e deixei tostar de um lado e de outro. Adicionei o líquido da marinada, tapei e deixei estufar até o veado ficar bem tenro.

Para o puré cozi 6 batatas, 3 batatas doces, 2 cenouras grandes e uma curgete. Escorri, com um esmagador desfiz tudo grosseiramente e voltou ao lume, juntei duas colheres de manteiga e 100ml de natas. Misturei tudo, rectifiquei os temperos e deixei cozinhar um pouco.

Ficou simplesmente delicioso!


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ON / OFF

Continuo com os meus arranjos natalícios cá para casa e lá para a quinta.
Aliás, como tenho muito mais matéria prima lá do que cá: folhas variadas,pinhas, ramos, heras, etc, é na quinta que os faço e depois, os que são para o Porto, trago-os.

                                                                              OFF

Gosto particularmente deste, que acho que ficou muito giro e que vai dar para todo o Inverno, já que não inclui nenhum elemento de natal. Ficou lá, na sala e não me canso de olhar para ele.

Até já comprei mais dois passarinhos porque os ramos são enormes.
O ninho é natural e apanhei-o de um pinheiro em frente à casa, depois dos pássaros terem lá criado os filhotes.
Quem guarda sempre tem...

                                                                               ON

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

SOPA DE FRUTA

Vi uma receita neste género mas só com frutos vermelhos neste livro


Como não tinha frutos vermelhos a não ser as minhas framboesas congeladas, misturei-as com pêra cortada aos cubos, banana às rodelas, polvilhei-as com canela e em cima, deitei uma mistura de 200gr de chocolate branco derretido com 100gr de natas, no microondas. Fiz em taças individuais.
Posso dizer-vos, é delicioso, super fácil e rápido de fazer. Uma boa sobremesa para quando temos que fazer alguma coisa de improviso!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O BACALHAU DO ZÉ

Entre as batatas douradas e o bacalhau à Brás, este bacalhau feito pelo Zé, para o almoço de domingo, estava 5 estrelas.


Batatinhas fritas, da quinta,bacalhau desfeito e demolhado meia hora antes de cozinhar. Numa frigideira com azeite salteá-lo, juntar cebola à rodela com o bacalhau, só até ficar translúcida, misturar as batatas já fritas e por fim ovos caseiros,neste caso das minhas galinhas. Salpica-se com salsa e azeitonas, tudo bem temperado com sal, pimenta e um pouco de colorau.
Bem acompanhado com loureiro fresco e uma amena cavaqueira, a lembrar as coisas simples da vida.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

PASTEIS DE CHILA

Estes são uns pastelinhos de massa folhada e doce de chila muito simples de fazer e muito saborosos. Simples de fazer se já tivermos o doce de chila feito, claro, porque senão a coisa é mais complicada e demorada.
E por falar nisso, tenho uma data de chilas, alinhadas na pedra da lareira da cozinha, à espera que eu tenha tempo e vontade para fazer doce. Vamos ver quando será...


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

MEMÓRIAS E SABONETES

Caixeiro viajante - Empregado comercial que anda de terra em terra com o mostruário da casa que representa.

Havia um caixeiro viajante que, de tempos em tempos, segundo as viagens que fazia, ficava hospedado em casa da Julinha e da Lailai, minhas vizinhas do andar de cima, há muitos, muitos anos.
Eram duas senhoras solteiras, de Padronelo, que faziam um dinheirinho extra alugando quartos a pessoas de bem.

O Sr. Artur era dessas pessoas. Respeitoso e sério, talvez até um pouco tímido.

Eu, a "menina" do andar de baixo, devia ter 5 a 6 anos e era a única criança das redondezas, que saltaricava na casa de uns e de outros, pelos vários andares, como se fosse da família de todos.

Nestas minhas andanças, o Sr. Artur não escapou, conversava comigo condescendente e soube-me adoçar a infância, inventando-me um nome de princesa - Bohémia Patty - com que se me dirigia sempre. Contava as suas viagens como quem conta um conto de fadas e perguntava-me pelos meus dias, na sua ausência, obrigando-me a inventar aventuras à altura das suas histórias.

Antes de partir por outra temporada oferecia-me sempre um sabonetinho pequenino da Ach. Brito, provavelmente das suas amostras, conseguindo com tudo isto deixar-me uma boa recordação que, apesar de tantos anos volvidos, e estando já todos mortos, me perdura na memória. 

Talvez esta história explique a minha paixão por sabonetes e os seus perfumes, ou talvez não.
O que é certo é que adoro ir à fábrica dos sabonetes e apetece-me trazer todos.


Vou muitas vezes à Ach.Brito, hoje remodelada e fabricando uns sabonetes fabulosos, com umas embalagens vintage, recuperadas e reinventadas com que os sabonetes são embrulhados manualmente, fazendo com que cada um seja uma verdadeira jóia e dos melhores do mundo.


Depois, fico a zanzar por ali, tempos infinitos, a pegar neste e naquele, a cheirar e a deliciar-me.



Sem saber muito bem qual hei-de comprar e com vontade de os trazer todos.


Desta vez, por fim, decidi-me por esta caixa com sabonetinhos pequenos, um verdadeiro cofre com jóias, que, individual ou colectivamente, me tornam numa melhor pessoa de cada vez que os cheiro e acaricio.
É pena não conseguir colocar aqui o perfume...

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

PUPPY

Este é o mais pequeno, lá da quinta. 
Foi descoberto pela minha filha que andou no meio de silvas e traves para o atrair para fora da toca onde a Mimosa, sua mãe, o tinha muito escondido.
Passado o susto inicial, gostou dos rounds de ternura que cada um de nós lhe deu, adorou que lhe coçássemos as orelhas e até adormeceu na carpete aos nossos pés
Vai ser um latagão, a avaliar pelas patas enormes, e de pelo comprido talvez encaracolado.
Fofinho!



quarta-feira, 27 de novembro de 2013

FRUTA

Enquanto espero pela época das laranjas, que este ano custam a amadurecer, as árvores exóticas lá da quinta enchem-se de frutos maduros.



Como não estão muito à vista, fiquei surpreendida quando as encontrei carregadas de frutos.
Os araçás estão mesmo madurinhos e saborosos e as feijoas que são mais ácidas e perfumadas, também.


Acompanhadas das romãs que ficaram nas árvores e que, agora, rachadas, parecem sorrir para a fotografia, fazem um belo arranjo e salada de fruta.


Quem disse que no Inverno não há fruta?....

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ARROZ DE FAISÃO

Não, não fui eu que o cozinhei mas bem que podia ter sido.
Este foi comido no "Tiro no Prato", um restaurante muito simpático e típico, dedicado à caça.
Aqui temos o tacho do arroz bem malandrinho, acabado de chegar à mesa.


E estava bom de verdade.
Tão bom que, nós dois e mais um casal amigo, metodicamente, demos cabo do conteúdo.
Eis o que sobrou ...


Foi tudo regado com um bom verde de pintar os "beiços" e terminamos com um leite creme, do qual não existem fotos, que estava absolutamente de chorar por mais.


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CONFORTO

Ah, comidinha de consolo! 
Tão portuguesa e própria para este tempinho fresco! 
Receita não há, toda a gente sabe fazer um arroz malandrinho de grelos e as morcelas são da Beira Alta, caseiras, daquelas bem grossas e grandes, cheias de sabor. 
Há lá melhor?


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

PAISAGENS

Tal como o Saint-Exupéry desenhava vezes sem conta a mesma paisagem onde caiu o Principezinho, eu não me canso de fotografar esta mesma,que adoro e para a qual olho todos os dias sem me cansar!




Para ouvir com esta música.......

terça-feira, 19 de novembro de 2013

CONTAGEM DECRESCENTE

É oficial.
Com a montagem desta árvore recém adquirida, inaugurei a época de natal lá na quinta.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O ANJO

Passo por ele todos os dias e não resisto à paisagem...


« A estátua do Anjo de Sobreiras brilhou subitamente na noite fria. A luz branca que saiu do seu interior por poros que nunca se tinham pressentido, iluminou os passeios, as casas e os rios. Até o mar, mais ao longe. Uma luz fortíssima que fez desaparecer o vulto de onde provinha.
Contudo, ninguém das casas vizinhas se chegou às janelas ou os pescadores que estavam a entrar na barra depois da faina no mar, desviaram os olhos para o inesperado farol. Nem quem seguia de automóvel, a caminho de casa depois de uma noite de copos, ou os namorados que mais adiante confessariam a sua paixão junto às palmeiras do Passeio Alegre, ninguém se apercebeu da luz intensíssima que lhes devia ter iluminado o caminho. Assim tinha sido determinado. Ninguém viu. O milagre deu-se invisível, ao contrário do que acontecia normalmente. Os milagres eram sempre para serem vistos e comentados.
O Anjo começou então a mexer, as mãos caindo ao longo do corpo, o cabelo antes gelado, revolto agora com o vento que se fez sentir, a cabeça erguida e altiva rodando, os olhos vendo o mar a querer entrar no rio. E assim ficou o Anjo por momentos, o metal duro tornando-se lentamente matéria etérea.
Levantou-se, então, aquele que ali tinha permanecido de joelhos por muitos anos, e contemplou a escuridão do céu, as estrelas lá em cima, as casa pequeninas mais adiante. O seu vulto, quatro metros bem medidos, ergueu-se sobre as copas das árvores como um gigante, as suas asas em repouso, ainda mais altas que a sua cabeça. Desceu a seguir, do seu pedestal de pedra, e deu três passos até à beira do cais, três passos que fizeram estremecer o chão. Depois o seu vulto de luz ergueu-se e, pairando em cima do rio, suavemente, deixou-se cair até desaparecer, uma massa de luz afundando-se lentamente nas águas.
“Roubaram o anjo, o anjo já não está lá. Ladrões, ladrões. Isto está uma desgraça, roubam tudo, estragam tudo. Eu até rezava aquele anjinho, tão lindo que era, uma pena”. Ninguém soube explicar o que tinha acontecido à estátua. Muitos lamentaram, que aquele era o seu sítio favorito em toda a marginal do Douro, o local de muitos amores começados e muitos amores desatados. Um lugar mágico, diziam as mulheres da zona. “ Íamos lá, olhávamos para aquela carinha e vínhamos muito melhor para casa”.
A cidade nunca se viria a conformar com a perda da estátua. Anos depois uma réplica seria ali colocada naquela curva do rio, a partir de uma cópia em gesso que existia numa casa nobre da Foz, oferta da artista que idealizara o anjo a uns amigos queridos. Disseram depois os jornais que aquele novo anjo não tinha o fulgor do outro. Mas a devoção continuou.»


Este é o capitulo 11, um dos últimos, do livro Bianca e o Dragão de Beatriz Pacheco Pereira, ed.2006, com 18 ilustrações de Agostinho Santos,que considero verdadeiramente delicioso e que aconselho toda a gente a ler , sobretudo para quem adora o Porto, local onde decorre a acção . Na contra capa diz:
O Porto como cenário, uma Estátua na marginal do rio Douro, Anjos que visitam a cidade, um Dragão que violenta e destrói, uma casa na Rua da Restauração, uma Mulher, um Homem. As forças contraditórias da nossa Humanidade. A Vida, a Morte. E Deus que vigia e se diverte. Uma história tirada do Fantástico e da Imaginação.

domingo, 10 de novembro de 2013

ANOITECER

Castanhas, fogueira e frio, perto da Serra da Estrela, em casa de amigos para festejar o S. Martinho.





quarta-feira, 6 de novembro de 2013

PLEASURE

E o corre-corre continua...
Hoje almoço, lanche e jantar às 5 da tarde. Três em um!
Até que é uma boa ideia em tempo de crise.
O que vale é que isto não acontece muitas vezes. Nem imaginam o prazer que me deu confeccionar este prato rápido mas tão saboroso. 
Com a fome que tinha soube melhor que um banquete. Esta, para mim, é a tal comida de conforto.


A receita é simples: tudo o que está à mão. Pode ser assim ou podemos mudar os ingredientes que fica sempre bem.
Bacon salteado num pouco de azeite, juntar cogumelos frescos laminados, pimento vermelho aos pedacinhos, curgete aos cubos, sementes de sésamo, sal, pimenta. Depois de estarem cozinhados sem ser em demasia, juntar natas, envolver.
Adiciona-se tagliatelle fresco que entretanto cozeu (al dente) em água, sal e umas gotas de azeite.
Polvilhar com muito queijo ralado.
Huuuuuuuuuummmmmmmmm!  Valeu a pena esperar!

sábado, 2 de novembro de 2013

ANOTHER WINDY AND RAINY DAY


E em vez de ficar em casa enrolada no quentinho do sofá, a gozar das tais coisas simples da vida,...
...um chá de menta bem quente e doce, o cão enrolado na almofada,o tricot a deslizar nas mãos...
 lá vou eu, enfrentar os elementos, num corre corre descabelado e encharcada, só porque nos tiraram o feriado e temos que ir hoje ao cemitério!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

DIÓSPIRO SEASON

Hoje deve haver abóboras sem jeito em toda a blogosfera, de todos os feitios e desenhos.
Nos próximos dias deve haver receitas de pratos variados, onde a polpa da abóbora seja a estrela, para dar gasto a tanta devastação.
Eu, trago a cor laranja, típica do Halloween, mas na versão dióspiro.
Só para ser diferente,porque até gosto muito de abóbora, ehehehe!
Este é o primeirinho dióspiro maduro da temporada, lá da quinta, e soube-me muito bem...
Venham mais.


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

SALADA DE QUEIJO DE CABRA COM FIGOS FRESCOS

Para acabar a época dos figos, que este ano se prolongou até bastante tarde, aqui vai mais uma receita  do tal livro que mostrei mais abaixo e que eu adaptei.



1 pequena alface vermelha (usei uma mistura de folhas variadas com rúcula)
4 figos frescos
2 c.s de azeite
2 c.chá de vinagre balsâmico
sal grosso a gosto
1c.chá de mostarda  de Dijon (não usei)
200 gr de queijo de cabra (como não tinha usei de vaca fresco)
2 fatias finas de pão grande de mistura

Lava-se a alface e os figos, secam-se, cortam-se em quartos e colocam-se numa tigela.
Bate-se o azeite, o vinagre, o sal e a mostarda. Tempera-se a salada e os figos.
Coloca-se o queijo em cima do pão e vai ao forno até derreter e ganhar cor.

Eu como usei queijo de vaca fresco, não levei ao forno e temperei com sal e pimenta. Acrescentei também nozes à salada.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ROMA / AMOR

Chegou o tempo das romãs.
E que produção abundante a deste ano! 
Tivemos que as apanhar quase todas porque senão a chuva abri-as e estragavam-se, como aconteceu o ano passado.


Agora resta puxar pela imaginação para descobrir como as hei-de utilizar, sem ser só debagá-las e comê-las à colher. Alguém tem sugestões?


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

MASSA

Uma amiga ofereceu-me um livro que tem um título sugestivo « Comer e amar em Paris uma história de amor com receitas ».


 Ainda vou no princípio do livro por isso não vou fazer juízos de valor mas, realmente, alternando com a história, surgem imensas receitas apetitosas. Irei experimentando e compartilhando aqui as que me parecem mais sugestivas. Este é um prato que leva os restos que se encontrar no frigorífico (ou não).



MASSA À LA GWENDAL

3 c.s. de azeite
230gr de bacon fumado cortado
2 cebolas em cubos
2 dentes de alho picado
4 cenouras em fatias fininhas (só coloquei uma)
1 bolbo de funcho fatiado
2 curgetes fatiadas
3 tomates secos em cubos (usei frescos)
450gr de esparguete de trigo integral (usei tagliatelle)
salsa picada e pimenta moída na altura

Aquece-se o azeite numa frigideira grande.Adiciona-se o bacon, a cebola e o alho e frita-se até a cebola estar translúcida.
Acrescentam-se os outros vegetais e cozinha-se, mexendo, até estarem macios. Coze-se a massa numa panela grande, escorre-se e reserva-se um copo da água de cozer.
Adiciona-se a massa aos legumes, junta-se um pouco de água se for necessário. Polvilha-se com salsa picada. pimenta moída e mexe-se.


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

TROUBLE

Quero as coisas simples da vida.
Ter o prazer de sentir o tempo deslizar por mim e por tudo o que me rodeia.
Sentir o peso de cada molécula das coisas que aprecio.
Deixar o olhar parado nas maravilhas da natureza.
Ver tudo com os olhos da alma, devagar, profundamente, como há muito tempo não faço, engolida pela voragem dos dias que me embota os sentidos. 

Imagens retiradas de Moods of the moon and the muse


Sentimentos inspirados pelo cansaço, pela beleza destas e outras imagens (cliquem para aumentar que vale a pena) e pela música abaixo.

domingo, 20 de outubro de 2013

POLVO

Não sei se é um prato típico de Verão ou de Inverno mas, com esta chuva, soube-me muitísimo bem ao almoço dando -me um bem estar ronceiro, próprio para " jiboiar" no sofá.
Receitas não vale a pena, são pratos bem conhecidos de todos e para os quais cada um tem os seus próprios truques.
Para relembrar Mugardos ou Pontedeume, dos meus verões de há 10/20 anos, "pulpo a feira"! Come-se na rua, servido em pratos de madeira, com vino alvariño xovem, servido em tigelas enquanto ao lado os panelões de cobre cozem os bichos.
Aqui o vinho era verde sim,da quinta, mas loureiro e não tão jovem assim pois tem 13º o que, para verde, é muito bom!


Nada mais do que polvo cozido, partido às rodelas e temperado com colorau picante, azeite e sal.
E depois, arroz de polvo com bacon e muitos coentros, com filetes de polvo.



Tenro, suculento, grosso, estava uma maravilha.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

ANIVERSÁRIO

Mais um ano se cumpriu sobre o meu nascimento.
Muitos beijos, muitos parabéns, muitas flores e bolos.
Os amigos de sempre, uns perto outros longe, os de todos os dias e os que só vemos de vez em quando, porque a vida nos leva numa correria doida por caminhos que nem sempre se cruzam, mas que vivem sempre no nosso coração, fizeram questão de marcar  este dia com telefonemas, mensagens a dizer o quanto me querem bem e a renovar promessas de encontros para breve.
A família perto de mim, até o filhote que me fez a surpresa de vir de Coimbra, a proporcionarem-me um dia alegre...
Sinto-me feliz e em paz, realizada e com uma vida boa.
Há lá prenda melhor?
Só desejo que os 56 decorram com a calma, a saúde e a felicidade dos 55.
Hoje não há fotografia revivalista porque não tive tempo de a ir procurar ao baú das recordações mas, quem sabe, amanhã não encontro uma e a coloco aqui.
Afinal a filhotinha fez-me esse favor e deu-me esta que tinha guardada no PC dela. Fico aqui, eu aos 23 anos,em que a vida se abria à minha frente, imensa como a paisagem, em sonhos e promessas que se têm concretizado.


Deixo a música da Joan Baez « Gracias à la vida » mas, sobretudo, quero deixar do fundo do coração, uma acção de graças a Deus que me tem dado tanto...

domingo, 13 de outubro de 2013

FOCACCIA

Não há nada melhor do que uma tarde de domingo, chuvosa e ronceira, na quinta, para fazer pão. Em que a preguiça, a impossibilidade de andar pelo campo, aliado a um certo fresquinho que já se faz sentir, nos empurra para a cozinha.
É uma sensação de conforto, de comida para o coração, de satisfazer toda a família.
Fiz duas focaccias, uma de tomilho e queijo de cabra e outra de alecrim e azeitonas. A massa é a mesma, dividida em duas.



1,5 c de café de fermento granulado para pão
500 gr de farinha tipo 55
250 gr de água
60 gr de azeite
1 c de café de sal

Deitei estes ingredientes, por esta ordem, na máquina do pão e escolhi o programa massas.
No fim do tempo de amassar e levedar, retirei a massa para um tabuleiro, polvilhei com farinha e fiz duas bolas que trabalhei um pouco, envolvendo as ervas aromáticas, numa o tomilho e noutra o alecrim, frescos, acabadinhos de apanhar na horta.
Tapei com película transparente pulverizada com óleo e coloquei ao pé do forno, que estava a aquecer, para levedar mais 30 min.
Por fim envolvi as azeitonas na massa com tomilho e abri a massa com um rolo, abri também a outra bola e coloquei cada uma em seu tabuleiro, pincelei com azeite, espalhei mais ervas por cima de cada uma e levei ao forno médio, 30 min, trocando os tabuleiros a meio da cozedura.



Huuuummmmmmmm, que saborosos e perfumados. Não sobrou nada, todos adoraram!


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

MOULES À LA MARINIÈRE

Sol, mar, marisco, Verão...
Ai não?
Pois, é verdade, já estamos no Outono mas com este calor ninguém diria.
De qualquer maneira este petisco sabe sempre bem, em qualquer estação ou local.
Já o comi em Bruxelas, a receita não era bem igual porque levava uma cama de coentros no fundo do tacho, assim sendo misturei a maneira como os costumo fazer com a que comi lá.



1 Kg de mexilhões frescos
1 cebolas grande
2 dentes de alho
350 ml de vinho branco
sal e pimenta moída na altura q.b.
salsa a gosto ( ou os tais coentros no fundo do tacho)
1 fio de azeite
limão a gosto

Lavam-se os mexilhões muito bem até lhes tirar a maioria das conchas agarradas, as "barbas" e reserva-se.
Num tacho refoga-se a cebola às rodelas e o alho num fio de azeite.
Quando a cebola estiver dourada, junta-se o vinho branco, tempera-se com sal e pimenta e deixa-se cozinhar a cebola por uns cinco minutos.
 Adicionam-se os mexilhões, tapa-se o tacho e deixa-se cozinhar por cerca de 6 minutos ou até que estejam abertos. Nunca sirvo os mexilhões que não abrem.
Retiram-se os mexilhões para um prato, polvilha-se com a salsa picada, coa-se o molho para evitar as areias que ficam no fundo do tacho e serve-se com limão aos quartos, ao lado, para quem goste.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

FOGAÇA

Um destes dias vi um programa, na SIC mulher, com a Lorraine Pascal, em que ela fez um pão com um ar tão saboroso e diferente que resolvi experimentar. Ela usou chouriço e tomilho, eu fi-lo simples.
Aqui está ele, rápido de fazer, sem precisar de amassar e só com meio hora a levedar, o que faz dele uma boa opção para quando aperta a fome ou para um lanche inesperado.


500gr de farinha
1 saqueta de fermento granulado para pão
2 c.café de sal
300 ml de água

Deitei tudo na batedeira e deixei-a amassar bem por uns 5 min.
Retirei a bola de massa e estendi-a em formato de folha fazendo uns golpes e separando completamente a massa.
Coloquei num tabuleiro enfarinhado e cobri com película transparente borrifada de óleo, perto do forno quente, para levedar, durante meia hora.
Retirei a película e pincelei com leite.Coloquei no forno a 200º durante 30 min. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

PASTILLA DE FRUTOS DO MAR

Quando fui a Marrocos, no Verão, um dos pratos mais saborosos que comi num dos restaurantes a que fui, foi uma Pastilla de frutos do mar. Meti logo na cabeça que haveria de fazer uma igual. 
Como diz o meu pai, para se meter comigo mas muito a sério, " O que a minha filha vê com os olhos faz com as mãos", assim foi. 
Fiz uma pastilla óptima, saborosa e parecidíssima com a que comi lá.
Até nem foi nada difícil, foi bastante rápida de fazer e de grande efeito visual.Não se deixem desmoralizar, custa muito mais a explicar como é do que a fazer.
O marido gostou e o  meu filho adorou! (Pois, a minha filha é vegetariana, não comeu).


Ao que apurei nas minhas investigações, esta pastilla tão marítima é originária de Rabat, da zona do Puerto Viejo e é, tal com todas as outras pastillas, um folhadinho pequeno, 18 X 8 cm no máximo, em doses individuais.
Esta, comi-a em Marrakech, era redonda e monumental e foi assim que a fiz.
Não duvidem em deitar o açúcar e a canela pois isso faz toda a diferença no sabor do prato e contrasta maravilhosamente bem com o picante.



Pastilla de Frutos do Mar

300 gr de pescada (pode ser outro peixe sem espinhas)
400 gr de camarão descascado
400gr de lulas limpas e às rodelas
8 folhas de massa brick
200gr de noodles
3/4 de uma embalagem de cogumelos
meia malagueta
salsa e coentros ( muitos)
2 c.café de pimentão doce e 2 de cominhos
sal e pimenta a gosto
açúcar em pó e canela para polvilhar

Numa frigideira alta e antiaderente ou num wok, deitar um fio de azeite e saltear as lulas, em seguida juntar os camarões e o peixe.
Cozinha um pouco, juntam-se os cogumelos e tempera-se com todos os condimentos, mexendo para incorporar. 
Tapa-se e deixa-se cozinhar mais uns minutos.Polvilha-se com a salsa e os coentros, misturando.
Por fim acrescentam-se os noodles já cozidos ou, como eu fiz, crus acrescentando um pouco de caldo para eles cozinharem, o que demora pouquíssimo. Este preparado não deve ficar com molho, só um pouquinho mesmo.
Forra-se uma outra frigideira com folhas brick, pincelando com ovo batido entre cada sobreposição, que deve cobrir e transbordar da frigideira, uma vez que é necessário virar para dentro as bordas.
Coloca-se o recheio dentro da massa, cobre-se com mais folhas brick, desencontradas, e vira-se para o interior as bordas, "colando" sempre com o ovo batido. Deve ficar um enorme pastel.
Vai ao lume com um fio de azeite até tostar e ficar estaladiço, vira-se para um prato e faz-se deslizar de novo para a frigideira para cozinha do outro lado.
Serve-se quente, polvilhado de açucar em pó através de um coador e fazendo carreirinhas com a canela, só na altura de ir à mesa.

Muuuuuuuuuiiiiiiiito bom !

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

COLHEITAS

Outono, Outubro, abóboras...
De várias cores e qualidades.
Este ano são poucas e não cresceram muito, mas vão dar para umas belas sopinhas e algum doce de abóbora que mate os desejos.